Marina Silva, 58 anos, volta a girar a metralhadora. Depois de um
resultado aquém das expectativas para a Rede no primeiro turno das
eleições municipais, a ex-senadora aponta para o governo Temer, o PT, o
PSDB e todos aqueles que tentam arrefecer os trabalhos de investigação
da corrupção. Numa sequência de frases, a ex-ministra do Meio Ambiente e
uma das personalidades brasileiras mais respeitadas no exterior,
dispara: “A Lava-Jato está fazendo a reforma política na prática”. Ao
mudar de assunto, novo alvo: “Temer é hospedeiro da equipe econômica. O
Temer só fez pegar o mesmo ministro da Fazenda de Dilma, caso Lula fosse
nomeado chefe da Casa Civil”.
Em entrevista ao Correio, Marina relevou a derrota da Rede, partido
criado por ela há pouco mais de um ano, e a saída de intelectuais da
legenda logo depois do primeiro turno. “Acho que há desprendimento em
quem faz um movimento de saída e coloca por escrito as críticas”, diz
ela, para em seguida afirmar que há contradições na carta de despedida.
Sobre a saída para a crise, Marina não aponta nenhuma medida. Ao ser
questionada mais de uma vez, ela finalmente afirma que as propostas
devem ser debatidas pela sociedade, e isso só seria possível com novas
eleições. “O melhor caminho para o Brasil seria não ter desistido do
processo do TSE.” Para Marina, a política está ficando impotente. “O
Brasil é um caso típico. A crise econômica que temos é decorrente de
decisões políticas equivocadas.” Em Brasília, ela diz que terá candidato
em 2018 — e, na conversa, apontou para o distrital Chico Leite na chapa
majoritária.
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