Por Erick, O Caçador
Que as Facções Criminosas já deram ordens para que a estrutura do
Estado fosse atacada, é público e notório no Rio Grande do Norte.
Afinal, duas vezes o Estado foi manchete internacional por conta de
ondas de ataques terroristas envolvendo queima de ônibus e depredação do
patrimônio público; A sede da Secretaria de Justiça e Cidadania (
SEJUC) já teve “princípios de incêndio” e “arrombamentos” dos quais
pouco se fala; O carro oficial do Prefeito de Natal já foi roubado e
usado em assaltos à banco; Bases de Polícia Militar e Delegacias de
Polícia Civil tem sido rotineiros alvos de incêndios criminosos e
atentados à bala, etc e etc. Menos comentadas são as reiteradas ordens
emanadas pelas Facções Criminosas para que seus membros ataquem
Operadores de Segurança – ordens para caçar os indivíduos, não as
Instituições.
Só em 2017, já contabilizamos dezenas de assaltos a policiais, que
incluem o roubo de armamento privativo. É claro que se tratam de ações
coordenadas, pois a consistência estatística aumentada após as rebeliões
de Janeiro no Sistema Prisional do Estado, bate com o conteúdo da
grande quantidade de áudios de criminosos tratando do assunto, e
repassados livremente nos grupos Zap.
Outra inovação, este ano, tem sido a expulsão de Policiais de suas
residências, pelos grupos criminosos. Simples assim: as Facções
decidiram que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”… E agora
decretam a expulsão de Policiais incômodos e suas famílias, das
comunidades que lhes interessam. Vários casos já ocorreram na Grande
Natal e, ao que consta, muitos “despejos” com sucesso, diante do
abandono do servidor Policial pelo Estado. Se a dúvida sobre quem está
no controle da Sociedade existe, não há dúvidas de que o Estado perdeu o
controle!
A média de Operadores de Segurança Pública assassinados no RN está em
aproximadamente quatro por mês, incluindo mortes em serviço, execuções
determinadas de dentro de presídios e assassinatos nos “bicos” de
trabalho extra a que policiais se submetem por conta dos baixos
salários. E o pior: a cada assassinato de policial, a imprensa produz
manchetes do tipo: ” número X de pessoas são assassinadas após morte de
policial”… Sugerindo, é claro, que tais mortes são “vingança da polícia”
– isso numa conjuntura de aumento em mais de 40% de homicídios no
Estado, Guerra declarada e incontrolável de Facções Criminosas, fraqueza
absurda das instituições e – como denunciamos nesse artigo – plena
vigência da temporada de caça a policiais!
Há algumas semanas, foi lançado, com certa pompa, um “Plano Nacional
de Segurança” na capital do Estado: ainda não se viu efeito. Será que
tal plano contempla algum apoio a pessoa do Operador de Segurança
Pública e sua família?
Em meio ao troar de tudo isso, silêncios e ausências são notados:
onde estão os Organismos de Direitos Humanos? A Ordem dos Advogados do
Brasil, por que não emitiu uma nota? O Ministério Público, tem alguma
iniciativa a respeito? O Governador Robinson Faria, ele próprio ameaçado
de morte pelo PCC e pelo Sindicato do RN, por que não se pronuncia
sobre o assunto?
A Guerra contra o crime está sendo, por quaisquer parâmetros, perdida… E ai dos vencidos!
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Postado por José Antônio/jornal folha regional
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