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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

O PREÇO DA OMISSÃO; OS ÓBITOS QUE SILENCIAM VOZES E ATESTAM O DESCASO EM PAU DOS FERROS.

Por Thiago Aragão 
Tem momentos que o silêncio deixa de ser omissão para se tornar descaso premeditado. Como sabemos, a vida do ser humano é o bem mais precioso a ser protegido pelo poder público. Por isso, qualquer gestão municipal que se preze e repeite o valor que tem uma vida, direciona suas prioridades para atender as demandas de limpeza e saúde pública. São serviços básicos. São prioridades que tratadas com omissão colocam em risco a vida das pessoas. É o que costumamos chamar de dever de casa.

Ninguém tem o direito, enquanto chefe de um Município, de olhar para as pessoas doentes, que estão precisando de consultas e exames, e fazer vista grossa achando que aquilo não é de sua responsabilidade. Muitas vezes a pior das omissões é o silêncio. A população não sabe o que tá acontecendo porque não se tem uma nota de esclarecimento, um carro de som, uma só campanha de prevenção que dure mais do que 15 segundos de um story no Instagram ou uma postagem em mídia social. É lamentável. 

Nesta segunda-feira (07),  surgiu nas redes sociais a notícia que ninguém gostaria de saber, uma senhora de idade veio a óbito em decorrência da chikungunya. Uma doença que tem crescido em nossa cidade e superlota o hospital regional. 

Vivemos em uma cidade de aparências. O povo que deveria ser prioridade da gestão dá lugar aos projetos arquitetônicos e pessoais de um político carreirista que se coloca acima dos problemas sociais, que enxerga o seu futuro político como à razão de ser da sua gestão. Narciso que tinha o coração cheio de esperança, se embelezou pelo o que é de cimento e ferro. O menino virou pedra!

E na contramão das necessidades sociais, uma gestão inteira é direcionada para dá prioridade a eventos que agregam valor publicitário a gestão, bem como reunião para a apresentar a qualidade de tais eventos. Amanhã, terça-feira (08), tem mais uma reunião para falar daquilo que não é vida, e a gestão já enviou o convite para toda a população. 

A mesma transparência e seriedade para apresentar a qualidade da saúde não se observa na gestão. Nos últimos meses não é a primeira pessoa que morre em Pau dos Ferros em decorrência de casos epidemiológicos. Foram duas de calazar e agora uma de chikungunya. Infelizmente estamos passando pela pior gestão na saúde pública que Pau dos Ferros tem lembrança. As mortes viraram a referência negativa da gestão e a omissão parace  alimentar a incapacidade de reconhecer os erros para melhorar.

E por fim, para lamentarmos, o inverno se aproxima e antes mesmo de ser vencido um ciclo epidemiológico, outro se prepara para chegar. Que tenhamos consciência para prevenir em nossas casas os focos dos mosquitos e consciência cívica para cobrar aquilo que é o dever de casa de qualquer gestor público.

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