Sequestro de menor é pago, mas bandido termina morto após reagir contra a polícia
William Felix de Andrade
O sequestro do menor L. J., 13, levado por bandidos durante seu
trajeto para uma escola na cidade de Anadia, interior de Alagoas, foi
encerrado após o pagamento do resgate e troca de tiros entre os acusados
e a polícia. Um dos criminosos morreu.
O crime teve inicio na manhã da sexta-feira, 8, quando dois homens em
um veículo Fiesta, de placa MVC 9157 (Teotônio Vilela/AL) – roubado
dois dias antes em Teotonio Vilelaa – abordaram o garoto após ele deixar
a casa dos pais e se destinar a aula de educação física em um ginásio
de esportes, onde estuda, em Anadia.
Equipes da Divisão Especial de Investigações e Capturas (DEIC),
Polícia Militar (PM) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram até a
residência da vítima onde acompanharam parte das negociações.
Mas a polícia ainda tinha que aguardar, pois L. J. ainda estava em
poder dos criminosos que estavam sendo monitorados. Por volta das 22h
uma ligação para a família informava que o menor estava nas proximidades
de um supermercado no bairro da Gruta de Lourdes, próximo a sede do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA). A criança estava assustada, mas não havia sido ferida e foi
levada para a casa de familiares.
Teria sido neste momento que a polícia decidiu agir, dando inicio a perseguição.
Mostrando imaturidade os criminosos ainda usavam o mesmo carro que
abordaram L. J., em Anadia, ficando fácil para os policiais, que em um
dos trechos da BR-104, no município de União dos Palmares, entenderam
que era necessário para-los, iniciando um tiroteio que se seguiu até o
município de Murici. Um dos criminosos, identificado pelo prenome de
Dênis, morreu enquanto que o comparsa, conhecido pelo apelido de
“Toinho”,” – suspeito de ter envolvimento no assalto contra a agência
dos Correios, em Anadia, em 2012, quando foi preso – escapou do certo
policial.
No mesmo instante a polícia dava voz de prisão ao motorista do
comerciante e pai da criança. José Roberto Conceição Alexandrino, 21,
comemorava junto com a família do garoto, a sua liberação. Ele – homem
de confiança da família e primo da madrasta da vítima, teria organizado o
sequestro e “alimentava” os comparsas através de ligações de um
telefone celular que estava sendo monitorado.
A polícia informou que José Roberto levou o menino até a aula de
educação onde os comparsas já o aguardavam, mas para não levantarem
suspeitas decidiram aguardar o “chefe” retornar para casa, a fim de
darem inicio ao crime.
Na fuga, já no município de Maribondo, o carro usado para o
sequestro, faltou combustível, forçando – ainda segundo a polícia – os
sequestradores irem de ônibus, com a criança, até a casa de um deles em
União dos Palmares, onde “Toinho” pediu dinheiro a própria mãe para ele e
o garoto irem até Murici a fim participarem de um jogo de futebol.
Durante as negociações, Dênis e "Toinho" teriam discutido pelo
celular com José Roberto que havia passado para os cúmplices que o pai
da vítima tinha um bom poder aquisitivo. Parte do dinheiro pago aos
bandidos - R$ 13.200 - foi recuperado com Dênis, que estava armado com
um revólver calibre 38. Já José Roberto Conceição, que nega as acusações
– no momento de sua prisão – também estava armado com um revólver
calibre 38.
"Tá com muitos anos que as famílias de bem em Anadia estão entregues a
própria sorte. Não existe policiamento na cidade. Aqui tudo pode. Tá
com várias semanas que o único carro que a polícia tem foi para o
conserto e ninguém sabe se vai ficar pronto e os policiais estão a pé”,
desabafou Ivanildo.
Outro parente do menor sequestrado foi mais incisivo.
“Todo mundo sabe que Anadia virou terra de ninguém. Aqui os bandidos
andam armados e a polícia faz vistas grossas. Tem gente ficando rico da
noite para o dia. Carros roubados e drogas é para quem quer e sabemos
que a polícia daqui não informa nada para Maceió. É um terror”, disse
uma parente do garoto.
Com informações e fotos emergencia 190
Nenhum comentário:
Postar um comentário