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sábado, 17 de maio de 2014

Policiais e Bombeiros do RN querem mais do que a aprovação da Lei de Promoção de Praça

A lei que trata do regime de promoção dos praças da PM e do corpo de bombeiros do RN, uma antiga reivindicação da categoria, que será votada na próxima terça-feira (20) pelos deputados, não será suficiente para aplacar a insatisfação dos militares. Diversos problemas e pleitos foram elencados na audiência pública esta tarde (16), que reuniu as principais associações do RN e lotou o plenarinho da Assembleia Legislativa.
Atraso no pagamento do terço de férias e das diárias operacionais, sucateamento das corporações, más condições da alimentação servida (em alguns casos a quentinha já chega com a comida estragada), efetivo insuficiente e péssimas condições de trabalho, reforma do estatuto (o atual é de 1976), entre outras reclamações, foram citados pelos participantes.
O debate foi uma iniciativa do deputado Gilson Moura (PROS). No seu pronunciamento de abertura, Gilson Moura falou sobre a lei, que propõe mudanças importantes na carreira dos militares. “Qual o trabalhador brasileiro que gostaria de ficar 30 anos em um emprego sem nunca receber uma promoção? Com certeza nenhum gostaria. Ninguém quer ficar tanto tempo em um emprego sem perspectiva de se aposentar com um trabalho melhor. Mas os policiais que estão aqui, mesmo reconhecendo esse avanço, tem outras questões a reivindicar, sua luta não se encerra com a votação da lei”, disse.
O deputado Hermano Morais (PMDB), relator do projeto da lei de promoção dos praças, deu apoio aos PMS: “Acho uma grande demora para se reconhecer um direito que é tão elementar. A polícia e o bombeiro tem perdido com isso, porque outros profissionais tem escolhido outras atividades justamente pela falta de perspectivas. Com essa lei, teremos as corporações mais motivadas para servir melhor à população”, disse.
O presidente da Associação dos Oficiais Militares do RN (Assofme), Antoniel Moreira, disse que a segurança pública estava falida e a causa era a falência na educação. “Esse problema estoura nas nossas mãos e é a pior possível nossa condição de trabalho. E no final do mês nosso salário é aviltante. Há 17 anos estou na PM e meu salário não condiz com minhas responsabilidades e atribuições”, disse.
Representando os PMs de Mossoró e da região Oeste, Tony Magno reconhece que a lei de promoções avançou, mas reforçou que é uma antiga reivindicação. “Não  queremos só ela. Existem pontos que são até vergonhoso pra PM. As quentinhas estão vindo estragadas. E se a capital está numa situação de penúria, imaginem no interior, que não existe o vale alimentação e as diárias operacionais estão atrasadas”, disse.
Presidente da Associação de Cabos e Soldados do Rio Grande do Norte (ACS/RN), Roberto Campos disse que essa era a profissão onde mais havia pessoas com problemas mentais. “Nossa profissão nos traz punições, mas não nos garante direitos”, afirmou. O sargento Eliabe Marque, que preside a Associação de Subtenentes e Sargentos da PM, disse que o objetivo das reivindicações é uma segurança pública de qualidade, verdadeiramente cidadã para os profissionais e a população. “O policial tem a missão de evitar que o crime aconteça e está expondo a sua vida para defender a vida de pessoas que ele nem conhece. Está na linha de frente da segurança pública, mas temos um dos piores salários do Brasil. Essa política atual com a polícia não tem como dar certo porque não valoriza o maior patrimônio da segurança pública, que são os homens e as mulheres que a integram”, disse.
A valorização dos profissionais foi uma pauta recorrente nos pronunciamentos de todos os representantes dos militares na audiência pública. O presidente da Associação dos Bombeiros, Rodrigo Maribondo, disse que a votação da lei é somente um dos onze pontos de pauta já apresentados anteriormente. Representando os 824 convocados da PM, Iramar Félix disse que pensar só na convocação dos suplentes seria um equívoco: “Não queremos pensar só na convocação. Como cidadão, estou sofrendo com a insegurança”.

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