CARAÚBAS (RN) - Detentos do Presídio Provisório "Manoel Alves 
Pessoa Neto, em Caraúbas, na Região oeste do Rio Grande do Norte, 
tentaram iniciar uma rebelião na noite deste sábado (18). De acordo com 
informações dos agentes penitenciários, a motivação foi a transferência 
de 10 presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pirangi.
Segundo o diretor da penitenciária, Major Humberto Pimentel, a 
manifestação já foi controlada. Os presos disseram que a manifestação 
foi uma forma de chamar atenção da imprensa, da direção e demais órgãos,
 mas ele acredita que o objetivo tenha sido uma tentativa de fuga.
“As informações que os detentos passaram sobre a ausência do diretor é 
falsa, pois sexta-feira estivemos aqui, fizemos uma revista falamos para
 eles que queríamos pleitear junto a coordenadoria a transferência 
deles, não para o local que eles querem, pois o detento não tem esse 
direito, porém, serão transferidos para um local mais próximo de seus 
familiares. Pontuou Major Humberto Pimentel.
“Outro ponto que os rebelados alegam é a qualidade da comida. A comida é
 servida por uma empresa terceirizada e tanto daqui como a de Mário 
Negócio é a mesma comida, a mesma quantidade e o mesmo gênero 
alimentício. Já quando está em um lugar isolado, em todos os presídios 
tem aquele período de triagem, aqui são 12 dias, tem outras unidades que
 são até mais dias. Essa triagens servem para reconhecimento, adaptação,
 nesse período o detento não recebe visita, não vai para o pavilhão, 
fica isolado dos demais, mas que eles foram atendidos sexta-feira por um
 médico que dá expediente aqui e todos foram medicados, enfim, os 
problemas exigidos já estão sendo executados na medida do possível”. 
Afirmou o diretor da unidade carcerária Major Humberto.
Quando eu chequei no Presidio Provisório eles já tinham entregue o 
suposto ferro que usaram para fazer seus companheiros de sela refém e 
nós estamos trabalhando com duas hipóteses, uma que os presos montaram 
essa situação para chamar a atenção da imprensa, da direção e agentes 
para conseguir os seus objetivos, que é uma transferência. A outra é que
 realmente pode ter acontecido um princípio de rebelião no setor de 
triagem. Quando nós chegamos aqui falamos que estava favorável a pleito 
deles, pois aqui é um presídio coletivo e o telespectador tem que 
entender que um Presídio Federal pode trazer 20, 30, 40 e aqui é 
diferente, pois já tem selas com 11, 12, 15 presos e como eu falei 
anteriormente eles estão revoltados por ter sido transferidos de lá e 
nós não temos um local fechado para acomodar eles”. Finalizou Major 
Humberto.
O agente penitenciário, André Santos, que fez a negociação com os 
rebelados, disse: “Os detentos estão alegando que existe duas facções 
dentro do presídio do Rio Grande do Norte PCC e o Comando do RN e em 
Caraúbas é dominado os dois pavilhões, o “A” e o “B” pelo PCC (Primeiro 
Comando da Capital) e os presos não aceitam eles lá dentro aí vão ter 
que morar na triagem e eles querem ser transferidos para a cidade de 
Caicó, pois uma das bases do Comando do RN é no Presídio de lá e ficando
 aqui a situação deles é difícil. Se eles foram para os pavilhões os 
outros detentos matam eles. Afirmou André.
Perguntado aos rebelados se a revolta tinha alguma coisa haver ou 
ligação com alguma facção criminosa, o líder da rebelião, identificado 
com Wallisson de Sousa, disse que: “Não! Não tem nada a ver, o motivo é 
que aqui não é convívio para ninguém, na rua nós somos do Comando do RN,
 aqui nós somos presos. A gente diz que não pertence a nenhuma facção, 
mas os companheiros não acreditam que somos da massa (Gíria usada por 
presos que indicam que são livre de facção). Frisou Wallisson de Sousa.
Icém Caraúbas
 
 
 
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