Quando Dilma Rousseff estava em franco processo de autocombustão,
Michel Temer vaticinou: ”Ninguém vai resistir três anos e meio com esse
índice baixo” de 7% ou 8% de popularidade. Era setembro de 2015. No mês
anterior, o Datafolha informara que a taxa de aprovação da presidente
petista recuara para 8%. Um ano depois, Temer estava sentado na cadeira
de Dilma. Hoje, informa o Ibope, apenas 10% dos brasileiros aprovam a
gestão Temer. E seu mandato está pendurado num veredicto do Tribunal
Superior Eleitoral.
Para 41% dos entrevistados do Ibope, o governo atual é pior do que o
deposto. Mas a taxa de reprovação da administração Temer (55%) ainda é
menor do que a de Dilma, cujo índice de aversão rodou na casa dos 70%. A
cólera das ruas evoluiu para um surto de passividade. Devese a apatia à
sensação de que, sob Temer, Brasília parou de cavar o buraco em que
Dilma metera o PIB nacional. Isso é suficiente para reter na garganta da
maioria o ‘Fora, Temer’. Mas o substituto de Dilma não conseguiu
ultrapassar a fase do mal menor.
R. Pires
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