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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Engenho Santa Ana em Riacho da Cruz na divisa com Taboleiro Grande é reativado depois de 10 anos parado


Esse fim de semana que passou, estive por duas vezes num engenho que beneficia a cana de açúcar na Baixa das Caraúbas, município de Riacho da Cruz, divisa com Taboleiro Grande RN.
O Engenho Santa Ana, construído em meados de 2008 por Antonio Pereira (In Memoriam), foi reestruturado e reativado depois de mais de 10 anos parado.
O casal Dr Clauberto Bessa e Isabel Bessa comandam o engenho com a colaboração de familiares de ambos.
O engenho Santa Ana é moderno na parte da moagem, a força é de motor elétrico, mas a modernização pára por ai, porque toda produção de mel, alfinin e rapadura é toda feita da forma artesanal desde a fornalha a lenha, tachos ao fogão, manuseio totalmente à moda antiga.
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As moagens de cana tem voltado nos últimos anos com o diferencial que a atividade que antigamente era feita basicamente em torno de uma família, onde a mão de obra não chegava a ser remunerada, hoje a maioria dos trabalhadores são pagos o que finda de certa forma encarecendo o produto final, principalmente a rapadura, que mesmo assim ainda permanece um produto popular e alcance de muita gente.

As moagens atraem muita gente, os mais velhos pra reviver momentos que já conheciam e os mais jovens pra conhecerem o que só ouviam os mais velhos falarem.
Toda produção é destinada ao mercado da região com distribuição feita a partir de Taboleiro Grande RN, podendo ser adquirida tanto com Clauberto e Isabel pelo contato: 84 9933-9263

História da rapadura
A rapadura é feita a partir da cana-de-açúcar após moagem, fervura do caldo, moldagem e secagem. É considerado um alimento com maior valor nutritivo que o açúcar refinado pois, enquanto este é quase exclusivamente sacarose a rapadura possui outras substâncias nutritivas em sua composição.





O nome rapadura, uma variação de "raspadura" (originada do verbo raspar), originou-se da raspagem das camadas espessas de açúcar presas às paredes dos tachos utilizados para a fabricação do mesmo.
É típica do Brasil e muito popular no Nordeste e em Minas Gerais. Se expandiu para diversas outras regiões da América Latina , onde recebe diferentes nomes como: panela (Colômbia, Venezuela, México, Equador e Guatemala), piloncillo (México), papelón (Venezuela e Colômbia), chancaca (Bolívia e Peru), empanizao (Bolívia) ou tapa de dulce (Costa Rica). O nome rapadura (ou a variação raspadura) é utilizado também na Argentina, na Guatemala e no Panamá. Seu uso também é disseminado na Índia.
Na América Latina, a Colômbia é o primeiro produtor, com 1 milhão de toneladas anual e o segundo mundial depois da Índia . A Região Nordeste é a maior produtora de rapadura do Brasil, onde o Ceará aparece como maior produtor .
Após o corte da cana-de-açúcar, que deve ser feito sem a queima da cana, este é transportada até o engenho onde deverá ser moída. O caldo de cana resultante da moagem é levado para a decantação, com o intuito de separar as impurezas.
A concentração até se atingir o ponto para o batimento se dá por meio da fervura do caldo, o que pode acontecer em um mesmo tacho ou em até cinco tachos como nos engenhos mais modernos, o que ajuda a ter um controle da temperatura para a concentração do caldo. Depois que o caldo se torna melado ele é batido para obter uma maior consistência e ser colocado em formas no formato tradicional de paralelepípedo.
Depois que a rapadura já endureceu, esfriou e ganhou a sua forma, pode ser retirada das formas. Após o batimento, o caldo concentrado é moldado em formas de 500 gramas ou um quilo ou tabletes de 20 a 25 gramas. Após o resfriamento, ocorre a desenformagem e, por fim, o embalamento da rapadura.

Curiosidades
Em 1989, a empresa alemã Rapunzel registrou a rapadura como sua marca registrada para o mercado alemão e seis anos depois fez o mesmo nos Estados Unidos. Entretanto, este fato passou despercebido por bastante tempo até que em meados de 2005 grupos de defesa da cultura nordestina, o Itamaraty e a Ordem dos Advogados do Brasil passaram a exigir a retirada da proteção marcária ao nome tradicional do doce no Brasil. Em 2008 a empresa germânica desistiu da propriedade intelectual sobre o nome rapadura embora continue usando o nome para alguns de seus produtos, porém, sem mais o direito de exclusividade sobre o uso comercial da palavra.
Fonte: João Moacir

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