20/01/2012 -
Protesto de militares fechou a Transamazônica
Policiais militares bloquearam, na tarde de ontem, a Rodovia Transamazônica, em frente ao 4° Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), em Marabá, sudeste do Estado. Eles aderiram ao movimento grevista às 10h, depois da ordem do sindicato da categoria em Belém.Em Marabá, são cerca de 600 policiais, 300 deles lotados na sede do município. Com carros de som e segurando faixas, os manifestantes protestaram e cantaram o hino do Pará. Parentes dos militares também participaram da mobilização.
O soldado Serra afirmou que as viaturas estavam sendo recolhidas ao quartel. “As viaturas não vão sair do quartel, enquanto o governo do Estado não der uma resposta positiva”.
O comandante do 4° BPM, tenente-coronel José Sebastião Valente Monteiro Júnior, declarou que os policiais que bloquearam a rodovia eram os que estavam de folga. Segundo o comandante, os que estavam de serviço continuaram trabalhando normalmente. “Todas as viaturas estão na rua”, afirmou.
Monteiro pediu paciência e tolerância aos militares em relação às questões salariais, argumentando que a população não pode pagar por essa situação. “Enquanto estiverem de folga, estou de mãos atadas para abrir qualquer procedimento. Eles não estão de serviço, não estão cometendo nenhum crime”, pondera.
Mas a Corregedoria da PM em Marabá ficou em alerta e, na manhã de ontem, não descartava a possibilidade do comando do 4° Batalhão autuar em flagrante ou abrir processo administrativo disciplinar contra militares, caso fosse caracterizada transgressão ou indisciplina.
“Pelo fato de estarem impedindo o direito de ir e vir, pode ser instaurado um processo administrativo”, explicou o major Luciano Morais, membro da Corregedoria, em relação aos manifestantes que fecharam a estrada.
SEM APOIO
Gerente de uma construtora, Cícero Júnior, 34 anos, foi um dos prejudicados com o bloqueio da Transamazônica. Apesar de acreditar que a reivindicação dos militares é justa, ele afirma que os policiais exageraram ao interditar a rodovia. “O papel deles é estar nas ruas e não obstruí-las. Isso não é papel da PM”, afirma. Policiais rodoviários federais estiveram na rodovia acompanhando a manifestação. O agente da PRF Eduardo Vasconcelos afirmou que a situação foi comunicada a Belém e que da capital viria a ordem de como seria feita a desobstrução da rodovia. “A obstrução está sendo feita parcialmente”, disse o policial, ressaltando que os militares estavam liberando o fluxo de veículos a cada 10 minutos.
TUCURUÍ
Os policiais militares lotados no 13º Batalhão da PM em Tucuruí passaram o dia concentrados, aguardando decisão da coordenação da greve na capital, para deflagrar a paralisação na cidade. Até ontem, toda a corporação de serviço estava trabalhando normalmente.
Em Belém, chegou a ser ventilada a notícia de que houve uma paralisação de uma hora pela manhã, o que os militares desmentiram. Segundo eles, todas as manhãs, no Batalhão há um intervalo de um hora para a troca de turno dos militares, como sempre ocorre.
Ontem, o que havia era uma clara disposição entre os militares de Tucuruí e região para acompanhar a decisão do comando de greve, e cruzar os braços por melhoria salarial.
PARAUAPEBAS
Bombeiros e policiais militares lotados em Parauapebas aderiram ontem ao estado de greve imposto pela categoria no Pará. Já em Rondon do Pará, a 140 quilômetros de Marabá, a PM não aderiu ao movimento e se mantinha resistente à ideia de parar. O policiamento continuou normal da cidade, sem nenhuma alteração todo o dia. (Com informações de Ricardo D’Almeida)No quartel da Polícia Militar em Altamira, viaturas e motocicletas amanheceram, ontem, estacionadas no pátio do 16º Batalhão da PM. O efetivo aderiu à paralisação iniciada na noite de quarta-feira em Belém.
Os militares impediram a saída de viaturas e motos para rondas do dia. A ordem era que ninguém falasse à imprensa. Mas o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros Militares, Osmero Ribeiro, confirmou que os militares da região não estavam satisfeitos com as propostas do governo. “Está muito abaixo do que esperávamos. Enquanto não tivermos negociação, ficaremos no quartel em horário de expediente”. Na sede do Corpo de Bombeiros, os serviços também foram reduzidos ao longo do dia, segundo Osmero Ribeiro.
SANTARÉM
No município de Santarém, os policiais foram aderindo ao movimento de forma tímida. Na tarde de ontem, viaturas da PM passaram a ser retiradas das ruas e foram recolhidas ao quartel.
O comandante da PM no município, tenente-coronel Antenor Oliveira, não confirmou que seu contingente estivesse em greve, mas assegurava que outras viaturas iriam para as ruas garantir a ordem pública e a segurança na cidade.
Os representantes do Sindicato dos Policiais Militares e Corpo de Bombeiros de Santarém seguiram ontem para Belém, para engrossar a mobilização em torno da negociação com o governador Simão Jatene. Segundo o movimento, apenas 30% do efetivo foi mantido, em especial na Penitenciária Agrícola, em Cucurunã, e no próprio quartel da PM.
Aproximadamente 250 PMs estiveram dentro do 3º Batalhão da PM em Santarém apoiando a greve. Militares do Corpo de Bombeiros também apoiaram a paralisação. Em Itaituba, metade dos carros da PM foram recolhidos ao quartel assim que aderiram ao movimento, mas asseguraram que se tratava de estado de greve. Já os bombeiros de Itaituba deflagraram a paralisação, ficando com apenas 30% do efetivo em funcionamento. (Diário do Pará)
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