A axé music chegou aos 30 anos. O gênero, que marca o carnaval baiano
e leva milhões de foliões à loucura, teve início com a música Fricote,
de Luiz Caldas e Paulinho Camafeu, em 1985. De lá para cá, o ritmo
ganhou novos contornos a partir da mistura com outros gêneros como o
sertanejo, o samba e o pagode. O movimento de aproximação com diferentes
fontes musicais também gerou críticas sobre uma possível crise do axé.
Para o coordenador do curso de graduação em música popular da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ivan Bastos, entretanto, isso é um
movimento natural. “Alguns falam em crise criativa, mas eu não acho que
é isso,. Essa mistura se dá por conta do capitalismo. Produtores,
empresários e artistas veem que isso dá dinheiro e resolvem fazer. A
nova tendência dá visibilidade ao cantor e acontece com outros estilos
também.”
Segundo o professor, a nova composição das bandas após a saída de
vocalistas que estouraram nas décadas de 80 e 90 e até nos anos 2000,
como Netinho, Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e Bell Marques, também é
consequência desse ciclo natural e de interesses comerciais. “As
gerações vão se sucedendo e a moda também. O antigo modelo é superado e
assim surge espaço para outros nomes”, destaca.
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