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domingo, 5 de março de 2017

O Rei dos Malandros

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Ao contrário do que tenta fazer crer, Marcelo Odebrecht nunca foi o bobo da corte, muito menos um otário qualquer.
Bem-nascido, bem educado e bem relacionado, ele deixou-se coroar como o Rei dos Malandros.
Se tivesse vivido alguns meses na velha Lapa de Madame Satã, onde Ismael Silva jantava no Capela e o imenso Boi tomava conta da porta do cabaré Novo México, saberia que o Rei dos Malandros era um otário.
Doutor Marcelo nunca teve a competência do avô, faltou-lhe a discrição do pai e chutou o balde de velhos sócios, julgando-se senhor da Justiça baiana. Misturou caixa um com caixa dois e deu inédito formato empresarial a um departamento de propinas.
Como Rei dos Malandros, Marcelo Odebrecht nunca foi um bobo qualquer. Arruinou sua empresa, tisnou seu sobrenome, está na cadeia, mas continua acreditando que os otários são os outros.
Por Elio Gaspari, O Globo
R. Pires

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