O excesso de autoconfiança é sempre um mau conselheiro, e levou o
Planalto e a equipe econômica a mandarem ao Congresso uma reforma
draconiana, acompanhada pelo discurso de que não poderia sofrer maiores
mudanças. Todo mundo se lembra de Henrique Meirelles dizendo que, se era
para fazer uma reforma menor, melhor não fazer nada.
Errado: a esta altura do campeonato, qualquer reforma é melhor do que
nada, e o governo vai ter que engolir a minireforminha que o Congresso
resolver aprovar. Os cinco pontos nos quais o Planalto resolveu ceder
são totalmente razoáveis, até porque corrigem injustiças do projeto
inicial com a camada mais fragilizada da população. Mas é preciso
entender que, aos ohos do Congresso, essas mudanças são apenas o início.
O governo piscou, e mostrou que, com sua baixa popularidade, perdeu
aquela situação em que controlava totalmente o Legislativo. A dura
realidade das pesquisas se impõe.
Rp
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