Texto escrito em Alcaçuz foi obtido com exclusividade pelo G1.
Detentos pedem energia, TVs, ventiladores e tênis para jogar bola.
O documento foi entregue ainda na noite desta segunda-feira (16) à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed).
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"Estamos passando por vários tipos de opressão e humilhação por parte
do governo e vários abusos de poder por parte da Justiça. Nos privaram
de ter energia nas celas e outras coisas mais", diz a carta dos presos.- Sistema prisional do RN tem mais um dia de motim
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Em tom de ameaça, eles afirmam que "a qualquer hora os ataques vão ser nas ruas do nosso estado". A carta diz ainda que os detentos do Rio Grande do Norte estão aliados a presos de estados vizinhos. "Por isso decidimos unir o crime do nosso estado e dos estados vizinhos nesta luta."
O texto não faz menção à saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas, como uma das reivindicações.
Unidades atingidas
Oito unidades prisionais foram alvos de quebra-quebra desde a última quarta-feira (11). Na manhã desta terça-feira (17), a única com a situação ainda não controlada era a Penitenciária Estadual do Seridó Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó. O Rio Grande do Norte possui atualmente 33 unidades prisionais.
Também foram registradas rebeliões no Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal; na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta; e na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP).
Transferências
Na manhã desta terça-feira (17), cerca de 90 presos foram transferidos do Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal. O destino dos detentos não foi revelado por questão de segurança. Ao longo do dia, presidiários de outras unidades também serão removidos.
Calamidade
A situação levou o governo a exonerar o secretário de Justiça e Cidadania, Zaidem Heronildes, e a decretar situação de calamidade no sistema prisional.
Em entrevista à InterTV Cabugi, a secretária de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Kalina Leite Gonçalves, afirmou que não vai negociar com os presos. "O que o poder público tem que fazer é garantir os direitos constitucionais. Agora, nenhuma possibilidade de negociação com preso", disse.
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