Sydney Sanches era o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
durante o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor
(1990-1992) ─ por isso, lhe coube a missão de presidir seu julgamento
pelo Senado Federal.
Em entrevista à BBC Brasil, ele contou que não esperava ver outro
processo de impeachment no país. Mas, apenas 23 anos depois da cassação
de Collor, a presidente Dilma Rousseff está sob a mesma ameaça. Na sua
visão, o maior risco de um novo processo é tornar ainda mais comum tal
procedimento, que deveria ser algo raro.
“Eu acho que o perigo maior é esse: vulgarizar o impeachment. O
impeachment não é uma coisa que deva ocorrer a cada mandato, a cada
pleito”, disse ele. “Eu esperava que não houvesse mais (impeachment,
após o de Collor), porque não é bom para o país. Mesmo que se faça
justiça, a economia para. A imprensa não fala de outra coisa”, observa.
R. Pires
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