Órgão criticou abordagem da novela dos temas
abuso sexual e saúde mental por causa da trama de Laura, abusada pelo padrasto
na infância
O Conselho Federal de Psicologia divulgou
nesta ultima segunda-feira, 05, uma nota criticando a abordagem da novela da
Globo O Outro Lado do Paraíso dos temas abuso sexual e saúde mental. “O
Conselho Federal de Psicologia entende que a telenovela, por se tratar de uma
obra capaz de formar opinião, presta um desserviço à população brasileira ao
tratar com simplismo e interesses mercadológicos um tema tão grave como o
sofrimento psíquico de personagem cuja origem é o abuso sexual sofrido na
infância”, diz a nota, publicada no site do órgão.
Na trama de Walcyr Carrasco, o assunto é
tratado na história de Laura (Bella Piero), uma jovem que sofreu abuso sexual
do padrasto, Vinícius (Flávio Tolezani), quando era criança. Recém-casada com o
médico Rafael (Igor Angelkorte), Laura não consegue se sentir plenamente
confortável com o marido por causa do abuso que sofreu.
Na semana passada, a mocinha do folhetim,
Clara (Bianca Bin), conversou com a garota e sugeriu que ela procurasse a
advogada Adriana (Julia Dalavia), que consegue acessar as memórias reprimidas
de uma pessoa usando técnicas de coaching e hipnose. Coaches são profissionais
que orientam seus clientes na vida pessoal e profissional, ensinando-os a subir
na vida e a desenvolver determinadas características de sua personalidade, por
exemplo.
A nota do CFP critica a maneira como a Globo
tratou a história. “São as novelas da Rede Globo que, como estratégia de elevar
a audiência, frequentemente buscam embaralhar as barreiras do ficcional e do
real”, continua o texto. “É consenso no Brasil que pessoas com sofrimento
mental, emocional e existencial intenso devem procurar atendimento psicológico
com profissionais da Psicologia, pois são os que têm a habilitação adequada.”
“Saudamos como positiva a manifestação de
diversos grupos e escolas de coaching, que, manifestando-se sobre o ocorrido,
afirmaram compreender que os transtornos mentais devem ser cuidados por
profissionais da saúde mental”, continua a nota. “O CFP faz um alerta à
sociedade para que não se deixe iludir. As pessoas devem buscar terapias
adequadas conduzidas por profissionais habilitados para os cuidados com a
saúde, particularmente a saúde mental.”
Muralderiachodacruz
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