Quando um trabalhador é afrontado, humilhado, desrespeitado, preso ou perde seu emprego por defender a coletividade. Deveriam todos cruzar os braços e exigir respeito. Principalmente, quando este trabalhador for um representante legítimo da categoria. Já passei muitas vezes por essas situações e não poderia por dever institucional, cidadão e cristão, ficar inerte. Por isso, através das redes sociais e do meu site (www.cabojeoas.com), venho divulgar esta NOTA DE REPÚDIO ao tratamento dispensado pelo Comandante Geral da PMRN, Cel Araújo, ao Soldado Tony, Presidente da Associação dos Praças de Mossoró - APRAM.
Na última quarta feira (10), no gabinete do Comando do 2º BPM – Mossoró / RN, o Presidente da Associação representativa dos praças daquele Batalhão foi impedido, pelo Comandante Geral, de exercer seu direito de expressão e de representatividade legítima, legal e constitucional (Art. 5ª , Art. 8º, CF), proibindo o representante de, certamente, reivindicar direitos, simplesmente por estar em trajes civis dentro do quartel.
É preciso alertar a todos os representantes da Categoria que essa atitude embora deselegante e desrespeitosa é legal e por isso torna-se cada vez mais urgente a LUTA pela transformação de nossa Legislação que garanta o direito de reivindicação com a sindicalização e a greve. Mas consigo encontrar uma lógica nesse episódio: Ao reivindicar fardado o militar comete crimes militares e assim seria de maneira mais fácil enquadrado na legislação militar, punido, e quem sabe excluído das fileiras da corporação por atentar ao decoro da classe.
Precisamos cada um, militar e toda sociedade, repudiar essa legislação e começar a entender que para termos uma polícia que respeite os direitos humanos do cidadão precisa que os direitos humanos dos policiais sejam respeitados e garantidos. Em nossa profissão defendemos a sociedade mesmo com o risco da própria vida e precisamos no mínimo de representantes de coragem que falem e reivindiquem nossos direitos, senão vamos somente morrendo e enterrando os corpos.
Enfrentamos muitos problemas de estrutura e condições de trabalho, carga horária excessiva, alimentação precária, nível de estresse altíssimo, vários casos de depressão, desestimulo, falta de ascensão profissional, efetivo insuficiente, mortes sem esclarecimento e investigação, famílias de policiais mortos abandonadas pelo Estado, policiais na reserva com muitos problemas sociais e de saúde. E muitas vezes, os gestores são obrigados a cumprir decisões políticas e escamotear a realidade, vivendo uma situação de gerenciamento do caos.
Enfim, precisamos no mínimo de pessoas corajosas que enfrentem esse sistema de coisas, pensando na coletividade, no desenvolvimento de nossa sociedade, no fortalecimento da democracia e na evolução de nossa instituição. Por tudo isso, repudio a atitude antirepublicana e antidemocrática do Comandante Geral em coibir a representatividade do Presidente da APRAM e declaro todo APOIO a LUTA e representatividade desta Entidade que tem demonstrado espírito coletivo, responsabilidade social, coerência e respeito as autoridades constituídas.
Avante Camaradas, as lutas não podem parar e lembrem-se: UNIDOS SEREMOS SEMPRE E CADA VEZ MAIS FORTES! CABO JEOÁS Vice-Presidente da Associação Nacional dos Praças – ANASPRA, Conselheiro Estadual de Direitos Humanos e Cidadania, Coordenador em Defesa dos Direitos Humanos dos Policiais no RN, acadêmico de direito, blogueiro e cristão.
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