Por Robson Pires
Na nova pesquisa do Ibope,
o único candidato que se mexeu fora da margem de erro foi Haddad.
Cresceu três pontos, de 19% para 22% das intenções de voto.
Consolidou-se na vice-liderança. E aproximou-se um pouco mais do líder
Bolsonaro, que permaneceu estacionado na marca de 28%. A dinâmica da
disputa transformou o poste de Lula no maior cabo eleitoral do capitão.
Mantendo-se a curva ascendente de Haddad, eleitores que não desejam a
volta do PT ao Planalto —hoje abrigados sob os guarda-chuvas sem pano
de Alckmin (8%), Amoêdo (3%), Dias (2%) e Meirelles (2%)— podem ser
acometidos da febre dos eleitores picados pelo mosquito do voto útil.
Isso os levaria a reforçar as fileiras de Bolsonaro, para tentar evitar o
que consideram ser um mal maior.
Não seria absurdo se, na outra ponta, pedaços do eleitorado de Ciro
(11%) e mesmo de Marina (5%) caíssem no colo de Haddad. Seriam picados
pelo mesmo tipo de mosquito. Com a diferenca de que dariam utilidade ao
voto entregando-o àquele que polariza a disputa com o capitão.
No momento, metade do eleitorado está fora da polarização. As
próximas pesquisas sinalizarão o caminho que essa massa de votos vai
seguir. Por enquanto, 44% dos eleitores afirmam que jamais votariam em
Bolsonaro. Outros 30% declaram que não optariam por Haddad de jeito
nenhum. Esse percentual pode crescer, pois a rejeição a Lula superava os
40%. A exclusão elegerá o futuro presidente, não a preferência.
Josias de Souza
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