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21/10/2011 -
Por: Mairton Dantas Castelo Branco - Policiamento de Quarteirão
Tempos modernos, era de aparelhos high Tec. Rádio transmissores e receptores digitais, veículos equipados com computador de bordo que fornecem em tempo real informações úteis à vigilância social; centrais de monitoramento via satélite e câmeras instaladas no passeio público atentas aos menores movimentos. Armamentos e equipamentos de última geração. Toda a tecnologia a serviço da segurança sempre é muito bem vinda.Apesar de essas técnicas auxiliarem no combate ao crime e suas mazelas, pois torna a policia mais efetiva no quesito tempo-resposta - lapso temporal dos dados recebidos pela central através de um solicitante do serviço de emergência, o envio da guarnição e a sua efetiva chegada ao local - isso acabou contribuindo, de certa forma, para um gradativo afastamento das polícias ostensivas de sua missão: o contato direto com o público de forma preventiva, antes que o delito aconteça. Hoje contabilizamos uma perda neste serviço que é essencial.
Logicamente, não se pode conviver sem as benesses das “tecnologias” que aparecem como pop ups a todo o momento aos nossos olhos, até porque o próprio crime organizado já faz uso delas. Uma polícia bem equipada, com todos os aparatos necessários à boa prestação do serviço é de fundamental importância para a segurança e incolumidade das pessoas e do patrimônio. E isso também a sociedade deseja.
Todavia, andando lado a lado a toda essa tecnologia ainda não se concebeu um policiamento mais efetivo do que aquele feito porta a porta, onde os policiais desejam o salutar bom dia, boa tarde ou boa noite interagindo permanentemente com os comunitários. Esta forma de policiamento tradicionalmente conhecida como “Cosme Damião”, dado sempre haver uma dupla em determinados locais, tem como principal característica o contato pessoal e a dinâmica interação social. Logicamente que para a efetivação deste tipo de patrulha é necessário haver um maior número de policiais nas ruas e isto significa mais investimentos em segurança pública E, mesmo assim, não se deve desprezar o apoio imediato de viaturas e outros mecanismos que suplementem a ronda dos policiais a pé além de uma base fixa para o apoio material necessário.
A área de abrangência é bem menor do que a coberta por uma viatura policial concordamos, todavia, nos locais onde se encontram duplas policiais, a sensação de segurança transmitida aos usuários é bem mais ampla. Este patrulhamento inibe a ação de supostos delinqüentes, porque, vendo estes que a área está devidamente protegida, evitam a prática de crimes nas proximidades pois presumem reação imediata, e isso os malfazejos temem evitam.
Ainda hoje uma das estratégias das modernas organizações policiais é de propiciar o policiamento ostensivo feito por pessoas a pé aliados ao policiamento motorizado. Daí a iniciativa do chamado “policiamento comunitário”, que atrela às demais atuações ostensivas preventivas da polícia, a eficiente ronda de quarteirão. Desta forma as comunidades se sentem mais seguras porque podem contar instantaneamente com pessoas instruídas e que estão atentas a todas as solicitações.
O policiamento “Cosme e Damião”, ainda que um pouco desvalorizado por alguns organismos institucionais em virtude do crescente fenômeno da conglomeração urbana, aumento populacional e da diversificação dos meios tecnológicos, tem o dom de unificar segurança e confiabilidade dos usuários das vias públicas e não pode ser preterido por uma instituição de fato comprometida com a segurança pública. E é dentro desta síntese que a Polícia Militar do Rio Grande do Norte tem tentado atrelar ao policiamento ostensivo ordinário com o emprego de motos, viaturas e conjuntos montados, duplas nos principais corredores comerciais e comunitários da cidade, procurando garantir com isso uma maior sensação de segurança nos locais onde são empregadas.
Hoje em dia as polícias mais modernas do mundo ocidental, mas também muito tradicionais como a Polícia japonesa, a Scotland Yard, Metropolitan Police da Inglaterra, a Real Polícia Montada do Canadá, para não falar das iniciativas bem sucedidas do policiamento norte-americano, não dispensam, mesmo com toda a tecnologia a seu favor, as velhas técnicas do policiamento comunitário. É no vis a vis que a sociedade sente o contato com a policia. Na viatura, só no patrulhamento, há um distanciamento natural do povo com a policia que só acontece, via de regra, quando o crime ou outra ocorrência já aconteceu. O policiamento motorizado é importante, todavia, é necessário a junção desse tipo específico de patrulhamento com o contato direto com a comunidade.
Mairton Dantas Castelo Branco
Fonte: www.cabojeoas.com
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