
O 
presidente da ASSPMBM/RN, Eliabe Marques, participou do Seminário 
Internacional de Segurança Pública promovido na última terça-feira (26) 
na Câmara dos Deputados, em Brasília, e acompanhou o debate no qual o 
presidente da Associação Nacional de Praças (Anaspra), cabo Elisandro 
Lotin de Souza, representou os praças e bombeiros militares de todo o 
País. O gestor defendeu o ciclo completo de polícia para as instituições
 militares desde que acompanhado de outras políticas de valorização dos 
profissionais: acesso único às carreiras policial e bombeiro militar; 
desvinculação do Exército; e jornada de trabalho definida nacionalmente 
para os militares estaduais.  
“O ciclo completo sozinho não vai mudar a
 situação da segurança pública. É preciso empoderar e valorizar os 
profissionais da segurança pública da base, e essa valorização parte das
 autoridades políticas e também das autoridades internas”, afirmou 
Lotin. O fim da prisão administrativa para os militares também foi 
lembrado pelo presidente como mais uma das iniciativas para melhorar as 
relações de trabalho dentro dos quartéis.
“Não se coaduna mais o atual e 
retrógrado modelo de segurança pública no país. Analisemos os gastos em 
segurança pública e o resultado para os contribuintes. É pífio. A 
sociedade quer mudar e vai nos obrigar a mudar porque não se aguenta 
mais o modelo que está hoje”, afirmou o presidente da Anaspra para uma 
plateia formada, majoritariamente, por operadores e estudiosos da 
segurança pública. 
Lotin ressaltou que os militares 
estaduais representam o maior contingente de efetivo da segurança 
pública. “A Polícia e o Bombeiro Militar são as únicas instituições que 
estão em todas as cidades do país e estão 24 horas em alerta”, provou.
O presidente da Associação Nacional dos 
Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, também 
destacou a capilaridade das polícias militares para defender o ciclo 
completo e necessidade de se revolucionar o sistema de segurança 
pública. “A eficiência na segurança pública passa pela instituição do 
ciclo completo. A resistência de quem defende o atual modelo é a negação
 da realidade. É uma postura exclusivamente corporativista”, afirmou, se
 referindo aos delegados da Polícia Civil e Federal. “Menos de 10% dos 
municípios brasileiros têm delegacias, mas todas têm policiais 
militares”, disse.
O 
procurador federal ainda defendeu o fim do inquérito policial, que hoje 
está concentrado na figura do delegado de polícia, por representar um 
modelo de segurança anacrônico e que não existe “em nenhum lugar do 
mundo”. Ele defendeu a democratização do poder de polícia e o acesso de 
todos os agentes da segurança pública ao Ministério Público, e não 
apenas os delegados. “Não deveria existir autoridade policial, mas 
policial com autoridade”, resumiu o presidente da ANPR.
Outra defesa do procurador, ao lado do 
presidente da Anaspra, foi a instituição do ingresso único nas carreiras
 policiais. Nesse aspecto, ele voltou a dizer que “em nenhum outro lugar
 do mundo” se faz concurso para ser chefe.
Experiências internacionais 
Representantes do Chile e de Portugal - 
Luis Vial, chefe do Ministério do Interior de Segurança Pública do 
Chile, e Maria Helena Fazenda, secretária-geral do Sistema de Segurança 
Interna de Portugal - apresentam os modelos de organização e os índices 
de criminalidades em seus países.
A autoridade portuguesa defendeu um 
“investimento muito sério” em prevenção e no modelo que eles chamam de 
“polícia de proximidade”. Maria Helena também discursou sobre as 
premissas do sistema integrado de segurança interna de Portugal - 
baseado na simbiose, na articulação e na coordenação única e externa das
 forças policiais.
Já o representante chileno destacou a 
participação da comunidade na definição das políticas de segurança 
pública, por meio dos conselhos comunais de segurança pública, das quais
 participam autoridades políticas e policiais locais e o Ministério 
Público.
Tanto em Portugal como na Espanha o 
Ministério Público assume um papel protagonista em relação à segurança 
pública, definindo qual instituição vai promover a investigação, 
acompanhando os procedimentos e fiscalizando a atuação policial, além de
 intermediar os conflitos entre as forças policiais.
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário