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terça-feira, 29 de março de 2016

Ministro do Turismo abandona governo de Dilma

Depois de passar anos sugando do Governo Federal abandonam o governo na hora mais difícil, esses são os caras do RN

Henrique Alves é o primeiro membro do PMDB a abandonar o governo. Membros do partido coligado com o PT desde 2010 votam esta terça-feira o fim da aliança política. Vice-presidente brasileiro, também ele do PMDB, não estará presente na reunião para "evitar acusações de golpe"

O casamento de seis anos entre o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e o Partido dos Trabalhadores (PT) deve chegar esta terça-feira ao fim — antecipando-se que a direção-geral do primeiro decida pelo fim da aliança firmada nas eleições de 2010 com o partido no poder perante o escândalo LavaJato e a decisão da Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, em oferecer o ministério da Casa Civil ao antecessor Lula da Silva para o proteger de um eventual julgamento por alegados crimes de corrupção.
Ontem, o ministro do Turismo de Dilma, Henrique Eduardo Alves — classificado pela "Folha de São Paulo" como o "escudeiro de Temer" — tornou-se o primeiro membro do PMDB a abandonar o governo petista, abrindo a porta ao fim do casamento político entre os dois partidos, ambos envolvidos no mega processo de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro.
Pouco depois era divulgada uma fotografia mostrando Michel Temer, vice-presidente do Brasil, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, a selarem o início do fim dessa aliança política com um aperto de mão após uma reunião em Brasília com membros do partido a que ambos pertencem, o maior movimento político brasileiro.
Caso o processo de impeachment de Dilma avance, Temer é primeiro em linha para ocupar a presidência do país e, dizem os media brasileiros, não estará presente no encontro de hoje para "evitar acusações de um golpe interno" contra a atual líder do país. Em vez dele, o encontro em que os líderes do PMDB decidirão o fim da aliança com o PT será dirigido pelo vice-presidente do partido, o senador Romero Jucá, que também defende o fim da coligação.
Em declarações ao Broadcast na segunda-feira, citadas pelo ZeroHora, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, garantiu que o acordo para pôr fim ao casamento político com o PT já foi alcançado, prevendo-se que as dezenas de membros do partido que ocupam cargos federais peçam hoje exoneração desses cargos, deixando-os à disposição de Dilma Rousseff.
"Se ficar [no cargo], estará na cota pessoal da presidente", declarou Oliveira. De acordo com fontes internas, os ministros de Minas e Energia, Eduardo Braga, e da Saúde, Marcelo Castro, são os dois membros do PMDB que mais estão a resistir à devolução dos seus cargos.
Há duas semanas, os protestos contra Dilma ressurgiram em força no Brasil perante a sua decisão em nomear Lula da Silva ministro-chefe da Casa Civil, para lhe garantir imunidade no âmbito da operação LavaJato. O levantamento do sigilo sobre as escutas a Lula, decidido pelo juiz Sergio Moro que investiga as alegadas ligações do ex-Presidente ao caso de corrupção, alimentou a fúria de muitos brasileiros, que voltaram a exigir o impeachment da Presidente.
Logo a seguir à divulgação das escutas a 15 de março, a saída do governo de Dilma do ministro do Desporto, George Hilton, marcou o fim da aliança política do Partido Republicano Brasileiro com o PT. As demissões de Hilton e de Alves acontecem a poucos meses do início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
O Supremo Tribunal já ordenou entretanto o afastamento de Moro do maior processo de corrupção de que há memória no Brasil, que envolve membros de todos os partidos políticos brasileiros e que põe a descoberto a corrupção endémica na sociedade brasileira. Os opositores do PT acusam Dilma e Lula de abusarem do poder ao longo dos últimos 13 anos para enriquecerem ilicitamente. Os petistas acusam a oposição de criarem um processo politicamente motivado contra Lula sob a direção de um juiz com objetivos duvidosos.

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