O Palácio do Planalto negou que a assinatura do
termo de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como
ministro-chefe da Casa Civil tenha sido antecipada para garantir a ele
foro privilegiado de modo imediato. Por meio de nota à imprensa, a
Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) torna público o termo e
explica alguns trechos do telefonema entre a presidenta Dilma Rousseff e
Lula, ocorrido no dia de hoje (17). O juiz federal Sérgio Moro,
responsável pelos processos da Operação Lava Jato, divulgou nesta tarde o teor desta e de outras conversas do ex-presidente,
que teve suas ligações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal.
Às 13h32, Dilma ligou a Lula para avisá-lo que um funcionário do
Planalto estava levando até ele o documento com o termo de posse, para
ser utilizado “em caso de necessidade”.
Conforme as interceptações, a presidenta diz ao novo ministro da Casa
Civil: “eu tô mandando o “bessias” junto com o papel pra gente ter ele,
e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!”. De
acordo com a Secom, Lula poderia não comparecer na cerimônia de posse
marcada para esta quinta-feira (17). Por este motivo, explicou, o termo
de posse foi enviado para que Lula assinasse e fosse devolvido à Casa
Civil. O Planalto, no comunicado, esclarece então que a expressão “pra
gente ter ele”, utilizada por Dilma, se refere à necessidade que havia
de o governo possuir o documento caso Lula não comparecesse à posse.
Informa ainda que o trecho “só usa em caso de necessidade” faz
referência à possibilidade de “o governo usar” o termo de posse.
R. Pires
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