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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Greve no Rio: comando-geral dos bombeiros irá prender ao menos 123 guarda-vidas

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Cabo Daciolo corre risco de ser exonerado da corporação

Do R7 | 10/02/2012 às 17h39
O Corpo de Bombeiros do Rio informou que 123 guarda-vidas serão presos administrativamente em razão da greve iniciada na noite de quinta-feira (9). Todos foram indiciados na tarde desta sexta-feira (10). Além disso, o comandante do 2º GMar (Grupamento Marítimo da Barra da Tijuca), tenente coronel Ronaldo Barros, foi exonerado.
O comando-geral da corporação abriu procedimento administrativo interno para avaliar a conduta de 15 guarda-vidas e do cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes grevistas. Ele está preso no complexo penitenciário de Bangu, zona oeste, após ser detido na quarta-feira (8), quando desembarcava no aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, zona norte.
O coronel da Polícia Militar Robson Rodrigues da Silva, chefe do Estado Maior Administrativo da corporação, confirmou na tarde desta sexta-feira que 59 PMs envolvidos na greve foram presos por crime militar ou transgressão disciplinar. Além disso, outros cem foram indiciados administrativamente e serão submetidos à corregedoria interna.
Dentre os presos, estão nove dos 11 líderes PMs do movimento grevista que tiveram mandados de prisão expedidos pela Auditoria da Justiça Militar. Os outros 50 policiais foram detidos administrativamente.
Adesão maior no interior

Apesar da paralisação, o clima é de aparente tranquilidade na cidade do Rio de Janeiro. A situação é mais problemática em cidades do interior, como Volta Redonda e Campos, onde um número maior de policiais aderiu ao movimento. Devido a isso, policiais do BPChoq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais) foram enviados para estas cidades.
Instrutores do Cfap (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças) denunciam que alunos ainda em formação também estão sendo enviados para reforçar o patrulhamento no interior.
O Corpo de Bombeiros informou que os atendimentos considerados de emergência não serão afetados pela paralisação. A Polícia Civil informou que o atendimento nas delegacias não foi afetado. Ao percorrer algumas delegacias, a reportagem do R7 flagrou policiais da Delegacia de Penha (22ª DP) orientando um homem vítima de roubo voltar outro dia para registrar queixa. Apesar casos graves ou de prisão em flagrante estavam sendo registrados nesta manhã.
O relações-públicas da PM, coronel Frederico Caldas, disse que a população do Rio de Janeiro pode ficar tranquila e que considera desnecessária a intervenção das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança. O oficial informou ainda que aqueles que se recusarem a trabalhar serão presos administrativamente. Pelo menos 14 haviam sido presos até as 13h30, entre eles alguns líderes do movimento grevista.
Os líderes do movimento grevista disseram que não querem acabar com o Carnaval do Rio e ressaltaram que ainda faltam oito dias para a festa, tempo suficiente para que as renegociações aconteçam.

Justiça Militar expede 11 mandados de prisão, diz PM
O relações públicas da Polícia Militar, coronel Frederico Caldas, ainda disse que a Justiça Militar expediu 11 mandados de prisão para todas as lideranças do movimento grevista do Rio. Segundo ele, os policiais que cruzarem os braços serão responsabilizados e submetidos a conselhos disciplinares.

Ainda de acordo com o coronel Caldas, o número de faltas nas unidades nesta sexta é desprezível.

Pela manhã, o major Hélio Oliveira, da associação dos oficiais inativos, e o cabo João Carlos Gurgel, ambos líderes do movimento grevista, foram presos após se apresentarem no Quartel General no início da tarde desta sexta-feira (10).

Os advogados do cabo Gurgel já foram acionados, mas nenhuma medida havia sido tomada até às 12h45. Não havia informações sobre a defesa do major Hélio.

Os dois participaram de uma entrevista coletiva no inicio desta tarde, na Coligação dos Polícias Civis, no centro da capital fluminense, onde reconheceram avanços nas negociações com o Estado, mas disseram que a proposta ainda não é suficiente.

O grupo disse que não quer acabar com o Carnaval do Rio e ressaltou que ainda faltam oito dias para a festa, tempo suficiente para que as renegociações aconteçam.

Início da greve
Bombeiros, policiais militares e policiais civis do Rio decretaram greve por volta das 23h20 da última quinta-feira. No horário, mais de 2.000 manifestantes se concentravam na Cinelândia, centro da capital fluminense. O anúncio de paralisação aconteceu no dia em que a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou reajuste de 38,81% até 2013 para as categorias - percentual considerado insatisfatório. Sem votação, um líder do movimento fez o comunicado no microfone, durante a manifestação na Cinelândia.
- A partir deste momento, policiais civis, policiais militares e bombeiros estão oficialmente em greve.
Bombeiros, PMs e policiais civis disseram que continuarão atuando em casos emergenciais. Cerca de 30% do efetivo da Polícia Civil permanecerá em atividade. As investigações devem ser congeladas, mas ocorrências consideradas graves serão atendidas.
Assista aos vídeos:

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