O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, admitiu a
importância de uma regulação dos serviços fornecidos por plataformas
digitais como a que dirige. A posição foi manifestada como resposta a
questionamento de senadores em audiência conjunta das comissões
Judiciária e de Comércio do Senado dos Estados Unidos (EUA) sobre a
responsabilidade da companhia na proteção da informação de seus
usuários. Amanhã (11), Zuckerberg prestará outro depoimento, na Câmara
de Representantes.
A audiência foi motivada por episódios recentes envolvendo a
companhia. No ano passado, o Congresso abriu uma investigação para
apurar a responsabilidade do Facebook na interferência de russos nas
eleições presidenciais norte-americanas de 2016, como por meio do uso de
anúncios pagos. No mês passado, reportagens revelaram que um
desenvolvedor conseguiu coletar dados de dezenas de milhões de
estadunidenses e repassou à empresa de marketing digital Cambridge Analytica, que fez uso dos dados para influenciar a disputa que terminou com a vitória de Donald Trump.
O fundador da rede social foi sabatinado por mais de cinco horas. Ele admitiu falhas da
empresa nestes episódios e na garantia da privacidade dos usuários.
Para impedir que casos como este ocorram novamente, relatou uma série de
providências adotadas. Contudo, diversos senadores questionaram a
efetividade dessas respostas.
“Nós vimos desculpas antes. Minha reserva sobre seu depoimento é que
não vejo como pode mudar o seu modelo de negócio, que é monetizar
informações dos usuários em detrimento da privacidade. A não ser que
haja regras externas, não tenho certeza de que estes compromissos vão
produzir ações”, disse o senador Richard Blumenthal.
Diante de diversas cobranças por uma regulação externa, no âmbito do
poder público, Zuckerberg reconheceu que normas legais são importantes.
“Nossa posição não é de que a regulação é ruim. A questão real é: qual é
o arcabouço correto. Os detalhes importam”, rebateu.
AGENCIA BRASIL
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