A participação da Brisanet, operadora regional de telefonia, internet e TV, surpreendeu pela ousadia. A empresa ofereceu R$ 1,2 bilhão para levar o 5G para o Nordeste no leilão promovido nesta quinta-feira (4) pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
O lance, considerado ousado demais, refletiu na B3 –a empresa tem capital aberto. Nesta quinta-feira (4), os papéis da empresa, que abriram o pregão a R$ 7,67, caíram a R$ 6,48 após o lance pelas frequências de 5G.
Os investidores recuperaram o ânimo depois, após novos lances da operadora em blocos regionais, sinalizando que ampliará consideravelmente suas receitas, e a empresa fechou em alta de 1,71%, a R$ R$ 7,73.
Recentemente, a companhia obteve financiamentos por meio de debêntures de infraestrutura incentivadas pelo governo e se preparou para uma disputa com a Highline, que pressionou a Anatel por mudanças no edital do 5G para competir com a Brisanet. A concorrência, no entanto, não ocorreu.
O lance bilionário da empresa do Nordeste deixou de fora a Highline, que só participou do certame graças a uma mudança nas regras do edital, permitindo que a empresa pudesse começar a operar 5G em cidades menores. A agência abriu uma exceção para os blocos de cobertura regional.
Nos blocos de cobertura nacional, continua valendo a regra de instalação das redes 5G a partir de cidades mais populosas.
A Brisanet foi fundada pelo cearense José Roberto Nogueira, um autodidata nascido em Pereiro, na zona rural do Ceará, que iniciou sua carreira na Embraer.
Ele fundou a Brisanet em 1998 como provedora de internet e fibra óptica. A empresa tem uma rede de 14,4 mil quilômetros de fibras ópticas interligando Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
Nogueira é um dos cem empresários brasileiros mais ricos do país. Segundo a revista Forbes, acumula uma fortuna de R$ 4,8 bilhões.
R. Pires
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