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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Juiz estipula fiança de R$ 44 mil a coordenador de Análises Criminais do RN preso após atirar e ameaçar vizinhos


Entre outras medidas cautelares, alvará de soltura está condicionado ao pagamento de 40 salários mínimos. Servidor da Secretaria de Segurança foi preso na segunda-feira (8).
A Justiça do Rio Grande do Norte concedeu liberdade provisória ao coordenador de Análises Criminais da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sesed), Ivênio Hermes, na audiência de custódia na tarde desta terça-feira (9) em Natal.
Entre outras medidas cautelares, a liberação acontece mediante o pagamento de fiança de 40 salários mínimos (R$ 44 mil). Até a atualização mais recente desta matéria, o pagamento ainda não havia sido registrado no sistema, segundo o Tribunal de Justiça do RN.
Ivênio foi preso na noite de segunda-feira (8) por atirar contra uma família em uma casa na avenida Praia de Pirangi, em Ponta Negra, Zona Sul de Natal. Ele foi autuado por disparo de arma de fogo e ameaça.
Para a decisão, a Justiça considerou que o autuado "é primário, ostenta bons antecedentes, possui profissão e endereço fixos, aliado ao fato de que o fato revela médio potencial ofensivo do delito".

Medidas cautelares
Além do pagamento dos 40 salários mínimos, a liberdade provisória acontece mediante a outras medidas, como o comparecimento do coordenador, em juízo, mensalmente entre os dias 20 e 30 de cada mês "para informar e justificar atividades, durante o inquérito policial bem como no decorrer do processo".
Outra medida condicionada é a proibição do servidor de sair de Natal por mais de oito dias sem autorização do juízo enquanto durar o processo, e, "em vindo a ser condenado, até o seu trânsito em julgado".
Também é necessário informar ao juízo competente eventual mudança de endereço e comparecer a todos os atos do processo, além de não reiterar práticas delitivas, sob pena de revogação da medida cautelar.
Outra medida é a suspensão do porte e posse de arma de fogo e a proibição de se aproximar ou manter qualquer contato com as vítimas.

Afastamento da função pública
O coordenador também deve se afastar da função pública exercida na Secretaria de Segurança Pública, "ante a incompatibilidade entre a ação do autuado, demonstrada nos autos, e a função pública de resguardo da segurança pública".
A Secretaria de Segurança do RN já anunciou na tarde desta terça-feira (9) a exoneração do servidor. A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial do Estado.
Segundo a Justiça, o descumprimento das obrigações impostas pode acarretar na substituição da medida e na imposição de outra em cumulação, ou na decretação da prisão preventiva.

O caso
A confusão aconteceu com um dos vizinhos do coordenador. O uruguaio Pablo Sanchez é instrutor de surf, casado e pai de três filhos, de 13 anos, 9 anos e um bebê de um ano e quatro meses.
A vítima contou que os filhos estavam sendo acusados de tocar a campainha da casa de Ivênio Hermes repetidas vezes e que o coordenador teria se irritado com as crianças.
O homem disse que foi à casa do coordenador da Sesed para dizer que não eram os filhos dele quem estava fazendo aquilo, mas provavelmente outras crianças da rua. Porém Ivênio teria começado a bater boca com o pai das crianças, pegou uma arma e seguiu a família até a casa dela, onde realizou pelo menos seis disparos.
Fotos feitas pelo uruguaio mostram as marcas dos tiros e a Polícia Militar recolheu quatro projéteis de pistola na casa da vítima. O homem contou em depoimento que o coordenador tentou atirar contra ele e os filhos.
Apesar das cápsulas de pistola, ao ser detido pelo 5º Batalhão da PM, Ivênio apresentou um revólver na delegacia, que foi apreendido. O coordenador é casado com uma policial civil, que esteve com o marido na delegacia.
Ivênio não deu declarações à imprensa. Em versão registrada pela Polícia Militar e relatada no boletim de ocorrência, Ivênio disse que teria sido ameaçado pelo vizinho.

Fonte: G1
JoãoMoacir

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