Revólveres, pistolas, carabinas e até fuzis estão sendo apreendidos nas ações da PM contra a criminalidade na RMF
Em apenas 55 dias de 2011, um total de 337 armas de fogo foi apreendido pela Polícia Militar nas ruas de Fortaleza e sua região metropolitana, uma média de seis armas a cada dia, ou uma a cada quatro horas.
O resultado considerado positivo pelas autoridades da Segurança Pública é atribuído ao incremento das operações de desarmamento e saturação (patrulhamento intensivo) nas áreas apontadas como de maior risco para a população, aquelas onde a taxa de homicídios, agressões e assaltos (roubo), é maior em relação a outros setores da Capital cearense.
Um plano
Segundo o novo comandante do Policiamento da Capital, coronel PM Haroldo Gomes Vieira, para reduzir os índices da criminalidade na Grande Fortaleza, foi traçado um plano de grandes operações nos fins de semana em que, além do efetivo empregado diariamente nas ruas da Capital, também estão sendo mobilizados policiais dos setores burocráticos da corporação, como a Diretoria Administrativa e até os integrantes do Quartel do Comando-Geral.
O oficial explica que, as operações são montadas com base nas estatísticas da criminalidade elaboradas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
"Com base nestas estatísticas, deslocamos os efetivos extras para dar suporte e o apoio necessários ao POG (Policiamento Ostensivo geral), e ao Ronda do Quarteirão, ou seja, o Raio, o Cotam, Canil, PMTur, Cavalaria e o apoio da Ciopaer".
Haroldo cita como áreas de maior incidência criminal - e onde estão sendo potencializadas as operações - os seguintes bairros; Antônio Bezerra, Barra do Ceará, Vicente Pinzón, Goiabeiras, Messejana, Jangurussu e os Municípios metropolitanos de Caucaia e Maracanaú.
Para o oficial, as apreensões estão aumentando graças ao reforço nas operações de abordagens de rua. "O problema da criminalidade diz respeito às armas nas mãos dos delinquentes e os crimes de morte, em sua maioria, são ligados ao tráfico de drogas", argumenta.
Drogas
O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Francisco José Bezerra, avalia que, pelo menos, 60 por cento dos assassinatos que vêm ocorrendo na Grande Fortaleza têm ligação direta com o tráfico de drogas, daí ter determinado ao comandante da PM a deflagração também de operações nas áreas de grande intensidade de tráfico.
Na Praia do Futuro, por exemplo, os policiais fazem constantes incursões nas favelas e comunidades próximas da orla, onde o comércio de pedras de crack e até de cocaína vem prejudicando os moradores. Já na Comunidade Pôr-do-sol, em Messejana, e no Conjunto São Miguel, as operações são realizadas com o apoio de patrulhas da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), dado o acesso através da rodovia estadual CE-040.
Armamento
Das 337 armas de fogo apreendidas entre os dias 1º de janeiro e 24 de fevereiro, a maioria absoluta é formada por revólveres de calibre 38, arma mais comum nas mãos de delinquentes. Em seguida, vêm as pistolas de calibre 380ACP, Ponto 40 e nove milímetros. Mas, ultimamente, os policiais estão se deparando cada vez mais com situações em que criminosos usam armas de maior poder de fogo, como escopetas, carabinas e até fuzis.
As pistolas de calibre Ponto 40 são de uso privativo da Polícia. O porte ilegal delas caracteriza crime qualificado.
Sangue
1.824 homicídios foram registrados na Grande Fortaleza, em 2010. Para a Polícia, a maioria dos crimes está ligada diretamente ao tráfico de entorpecentes.
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA
Diariodonordeste