00:00
·
24.09.2016
por
Armando de Oliveira Lima - Repórter
O arranjo produtivo de empresas de uma mesma vocação em um ambiente de
negócios propício ao crescimento tem se constituído no projeto de
desenvolvimento a longo prazo cearense, pelo qual, atualmente, três
grandes polos devem sustentar o progresso do Estado: um de pesquisa em
Saúde, um metalmecânico e um tecnológico. A projeção, com o sucesso do
plano, é um Ceará industrial, inovador, conectado, cuja mão de obra seja
capaz de ocupar os melhores cargos e deter os mais altos salários, além
de um PIB, nas projeções atuais, 15% maior (somados os impactos já
anunciados pelos empreendimentos âncoras).
"São três grandes equipamentos e três grandes ferramentas para
alavancar a economia do Estado do Ceará", indica o presidente da Agência
de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Ferruccio Feitosa, sobre
quem pesa a responsabilidade de coordenar as 25 câmaras setoriais e
articular a formação dos polos de desenvolvimento.
O prazo para que tudo aconteça, no entanto, depende do cenário
econômico. E Ferruccio, antes de projetar datas, observa que "um polo
está sempre em construção". Argumento este que aponta para o principal
objetivo da criação destes arranjos: ter um indicativo para um
desenvolvimento contínuo, ordenado e cujas proporções podem alcançar
patamares sem precedentes em um estado de desenvolvimento tardio, como
qualquer outro localizado no Nordeste brasileiro.
"O primeiro e maior desafio é trazer a empresa âncora. No caso desses
dois polos, já conseguimos", reforça, referindo-se à Companhia
Siderúrgica do Pecém (CSP) e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
respectivamente, os maiores empreendimentos do Polo Metalmecânico e do
Polo Industrial e Tecnológico de Saúde.É sobre os dois players que o Estado se debruça, articulando, além da Adece, ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ceará - cuja função dada pelo governador Camilo Santana é a de captar investidores para o Estado, seja ou não, para compor a cadeia produtiva de um dos polos.
"Ceará é um estado que, ao longo de todos os últimos governos, tem se preparado para receber empreendimentos, além de ter investido em infraestrutura econômica e segurança jurídica", aponta Nicolle Barbosa, titular da SDE, apontando ainda a necessidade da manutenção de incentivos fiscais para garantir o desenvolvimento. A posição geográfica estratégica do Estado também é citada por Nicolle como ponto chave para o crescimento cearense em vários segmentos. Um deles, relacionado ao Polo Metamecânico, é o de tornar o Porto do Pecém um hub de distribuição de cargas na Região Nordeste, consolidando o caráter desenvolvimentista do Ceará no mundo.
Na Capital, o modelo é semelhante, apesar de a indústria não ser o foco. Cidade com maior pontos de conexão de fibra ótica da América Latina, Fortaleza tem no Polo de Tecnologia um dos planos de progresso, e também já conta com sua empresa âncora: a Angola Cables. "Nós criamos um arranjo legal, com área e benefícios fiscais e construímos esta imagem de vocação estratégica de hub de comunicações", afirma Robinson de Castro, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Município.
DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário