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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Líderes de movimento grevista são presos na BA e deixam Assembleia escoltados pela porta dos fundos

Polícia Federal procura ainda sete policiais com mandados de prisão decretados
Do R7, com Rede Record


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A Força Nacional entrou no prédio da Assembleia Legislativa de Salvador, na Bahia. A entrada aconteceu por volta das 7h25 desta quinta-feira (9), quando a maioria dos manifestantes - entre PMs e familiares - já haviam deixado o local.
Marco Prisco, principal articulador da paralisação e presidente da Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia), e Antônio Paulo Angelini foram presos e encaminhados de helicóptero para as instalações da Polícia do Exército na capital baiana. Eles foram os últimos a deixar o prédio.
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Segundo o tenente-coronel Márcio Gilberto Barbosa da Cunha, Prisco não fez exigências e a única coisa que pediu foi para deixar o local pelos fundos e em segurança. A Polícia Federal busca ainda outros sete policiais com mandados de prisão decretados. Eles não estavam no prédio.

Saída pacífica
Os policiais militares, que acampavam na Assembleia Legislativa há nove dias, começaram a deixar o local na manhã desta quinta-feira (9). A desocupação do prédio público, no entanto, não representa o fim da greve.



Antes de deixar a Assembleia, grevistas e familiares passavam por uma espécie de triagem, mostrando documentos para serem identificados, já que 12 grevistas tiveram mandados de prisão decretados - três deles cumpridos.

O terceiro mandado foi cumprido no fim da tarde desta quarta-feira (8), segundo a Secretaria de Segurança Pública. A soldado Jeane Batista de Souza, do Batalhão de Guardas da PM, foi presa acusada de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (viaturas). Os outros dois sargentos detidos foram Alvin dos Santos Silva, preso no domingo (5), e Elias Alves de Santana, detido na terça-feira (7).
O efetivo de militares que cercava a Assembleia no início desta manhã era de cerca de 1.550. De acordo com o tenente-coronel Márcio Gilberto Barbosa da Cunha, houve um reforço no número de homens com o objetivo de “aumentar a segurança e tranquilidade no local”. Ele também negou que o Exército planejasse invadir a Assembleia.

A saída espontânea dos manifestantes ocorre menos de 12 horas depois da divulgação de ligações em que líderes da greve dos policiais militares falam sobre atos de vandalismo e a organização do fechamento de uma rodovia federal.

Para o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, as gravações "enfraquecem a luta dos manifestantes para que sejam revogados os pedidos de prisão feitos contra os líderes do movimento grevista".

Acordo

Na terça-feira (7), o governador do Estado, Jaques Wagner, e os líderes do movimento grevista ficaram cerca de sete horas reunidos para decidir o fim da paralisação, mas não houve acordo.

Wagner se reuniu com representantes da Polícia Militar para apresentar propostas, como o aumento de 6,5% nos salário, e mais uma gratificação por trabalho policial gradativa até 2014. Os PMs não concordaram.

Carnaval

O nono dia de greve da Polícia Militar, completado nesta quinta-feira, dá a dimensão do caos na Bahia. Faltando uma semana para o Carnaval em Salvador (BA), os donos dos grandes blocos e camarotes já contabilizam os prejuízos. Pelo menos 70 eventos pré-Carnaval já foram cancelados. Hotéis calculam que 10% dos turistas que ficariam hospedados desistiram da viagem.

Apesar da incerteza sobre a realização dos eventos que celebram o feriado, as estruturas de arquibancadas e camarotes estão sendo montadas para receber cerca de 2 milhões de pessoas.

Aumento da violência
O número de homicídios registrados no Estado da Bahia desde que policiais militares decretaram greve, na noite do dia 31 de janeiro, chegou a 136 na quarta-feira. De acordo com o boletim da Secretaria de Segurança Pública, atualizado às 19h15, sete pessoas foram assassinadas só nesta quarta. O dia mais crítico foi sexta-feira (3), quando 32 homicídios foram registrados.

Na comparação com os oito dias que antecederam a decretação da greve, o número cresceu 147%. Entre os dias 24 de janeiro e a noite do dia 31, 55 pessoas foram assassinadas no Estado.



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