Jeoas Santos pede espaço para se pronunciar no Blog

Jeoas Santos 

CABO JEOÁS impedido de falar na Assembleia do dia 18, se pronuncia sobre o assunto e diz que não fará do episódio um cavalo de batalha. "A categoria é mais importante que eu", declara o Vice-Presidente da Associação Nacional dos Praças. Lei a nota na integra:

Companheiros, devido à insistência de muitos amigos e minha esposa, decidi fazer um comentário sobre o desrespeito que sofri na Assembleia do dia 18, quando fui impedido de falar. De forma equivocada e direcionada, a mesa colocou em deliberação somente uma proposta. A única, que foi apresentada pela própria mesa. Quando existia outra proposta de paralisação na próxima sexta-feira (25). A direção foi equivocada, pois teriam que ter colocado as duas propostas para a categoria decidir e ainda tinha outras propostas a serem discutidas como a que eu pretendia fazer.

Não faço questão de falar, mas pela experiência e por tudo que vivi, sofri e aprendi pensava que podia colaborar com o debate e de forma democrática encarar a derrota de uma proposta sendo voto vencido ou convencendo, ver uma proposta ser aprovada pela categoria.

Segundo a justificativa da mesa, os argumentos para justificar a ação foram o MEDO do que eu poderia propor e poderia colocar fogo na assembleia e decidir por uma greve. Quero tranquilizar a quem esse discurso atormenta que, tenho responsabilidade. Embora não me falte coragem. 

Quero reafirmar publicamente que estou ao lado da categoria e não faço questão de sentar na plenária. Sem nenhuma VAIDADE, nunca reivindiquei assento a mesa como Vice-Presidente da Associação Nacional dos Praças, que tenho a honra de representar em vários Estados onde colaborei com as negociações. Mas reafirmo que estou a disposição para colaborar com experiência, conhecimento e coragem que me é peculiar.

Minha intenção quando pedi a fala era tão somente apoiar as Entidades pela decisão de utilizar como estratégia as mobilizações de forma legal, ordeira e pacífica, utilizando TOLERÂNCIA ZERO E SEGURANÇA COM SEGURANÇA, tática elaborada e executada pela primeira vez aqui em Natal nas mobilizações de 2011 e nessa época eu participava da direção do movimento e participei de sua criação. Queria dizer que cada Estado tem sua estratégia, pois em cada Estado tem uma realidade diferente. Devemos debater com exaustão todas as propostas. Faço uma sugestão as Entidades para diminuírem as falas da mesa e ouvirem mais a tropa, sei quanto isso é difícil pois as vaidades da mesa fazem com que todos queiram falar, as vezes até repetindo o que outro já disse, lidei com essas vaidades por anos. Sugiro fazer um momento de informes sobre as negociações, reuniões e encontros e posteriormente aos encaminhamentos ouvindo a tropa e debatendo as possibilidades e ao final decidir. Apenas um da mesa faz os informes e outro encaminha, pronto.

Sem dúvida a UNIÃO da tropa será o segredo de nossa vitória, mas não podemos confundir união com unanimidade. Temos que ter maturidade pra vendo nossa posição derrotada acompanhar a maioria e colocar em prática a decisão da coletividade. Sobre isso, contem comigo para ajudar na mobilização, na divulgação, na corajem e na esperança de vitória e aceitar as derrotas!

Não estou aqui acusando ninguém, nem tão pouco criticando. Minha intenção é fortalecer o movimento e por fim a esse debate sobre o boicote de minha fala na Assembleia. Fui injustiçado, mas não vou tornar isso um cavalo de batalha, pois demonstraria imaturidade, inexperiência, descontrole e egoísmo. A categoria é mais importante que eu. Pra mim, o assunto ta encerrado e quinta feira (24), estarei sentado na primeira fila e serei apenas mais um querendo promoção, melhorias nas condições de trabalho e melhorias na remuneração sem precisar ninguém ser preso ou excluído como eu foi por essa mesma LUTA!

Avante, unidos seremos sempre e cada vez mais fortes!!! 

Quero por fim, agradecer a todos que demonstraram apoio e solidariedade. E quero aproveitar o ensejo para informar que recentemente foi denunciado em mais um processo pela GREVE da Bahia. Estou respondendo a uma ação na Justiça Comum da Bahia e agora na Justiça Federal enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Isso é que é sério e merece apoio, solidariedade e preocupação. Alguém pode imaginar o que eu estou passando? Quais são as preocupações de minha família? Certamente não é por falar ou deixar de falar numa Assembleia, mas se serei preso ou excluído novamente. E mesmo assim, estamos dispostos a permanecer na LUTA!