Rio São Francisco tem 89,9% das obras finalizadas, mas início da operação é adiado para 2018
Faltam 10,1% para finalizar o projeto que garante o
abastecimento regular para mais de 12 milhões de pessoas. (Foto:
Primeira estação de bombeamento do Eixo Norte em Cabrobó-PE)
A Agência Nacional de Águas (ANA) prorrogou até 26 de março de 2018 o
início da operação do Projeto de Integração do Rio São Francisco
(PISF). A mudança de prazo consta da Resolução nº 1.133/2016, publicada
no Diário Oficial da União da última quarta-feira, 21 de setembro de
2016. É o terceiro adiamento do início de operação do projeto.
Até agora, o Projeto de Integração do Rio São Francisco alcançou
89,9% de execução física, considerando o avanço de obras civis,
instalações eletromecânicas e ações ambientais. Do orçamento total de R$
10,7 bilhões, 78,2%, ou R$ 8,371 bilhões, já foram gastos. Os dados são
da edição de agosto do Sumário Executivo do Projeto, divulgado pela
Secretaria de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração
Nacional.
Durante vistoria às obras, em junho deste ano, representantes do
governo federal previram para dezembro a conclusão dos dois eixos do
empreendimento – Norte e Leste. Com isso, a expectativa é de que os
novos reservatórios estejam abastecidos no primeiro trimestre de 2017.
Seria possível, neste caso, apoiar o abastecimento dos reservatórios de
Orós e do Castanhão, com repercussão nas áreas com maior densidade
populacional do Ceará.
Segundo informações da Agência Nacional de Águas, o Semiárido do
Nordeste continua em situação crítica de disponibilidade hídrica. O
nível dos reservatórios da região, em setembro deste ano, mostra nova
queda de volume no Ceará, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do
Norte, em comparação a 2015. Mantida a economia pelos usuários, as
regras definidas pela ANA devem ser suficientes para levar os estoques
até abril de 2017, quando as águas da transposição do rio São Francisco
já deverão abastecer as localidades beneficiadas pelo projeto.
Para o conselheiro do Clube de Engenharia Jorge Rios, a situação mais
grave é a do Agreste pernambucano. “Embora o Eixo Leste da transposição
do São Francisco também seja a solução estruturante para a região, o
início de operação da obra ainda não será suficiente, pois para a água
chegar até essas localidades é preciso construir o ramal e a adutora do
Agreste”. As obras do Eixo Norte estão mais adiantadas e, segundo ele,
podem ser ainda neste ano de 2016 “um bom reforço para o grande problema
crônico do abastecimento de água de Fortaleza e regiões
circunvizinhas”.
A integração do São Francisco abrange a construção de nove estações
de bombeamento, 27 reservatórios, quatro túneis, 13 aquedutos, nove
subestações de 230 kV e 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta
tensão. De acordo com o Sumário Executivo do Projeto, no Eixo Norte a
taxa de execução era de 90,7% em agosto, e, no Leste, de 88,7%.
Evolução
Ainda com base no Sumário Executivo, entre outras obras concluídas, Rios destaca, no Eixo Norte: a estação de bombeamento EBI-1 (pré-operação em andamento); o reservatório Tucutú cheio, e pronta a concretagem dos canais até ele; aquedutos Saco da Serra e Mari; aquedutos Mari até Terra Nova; aquedutos Logradouro, Saco da Serra, Mari e Terra Nova; reservatório Terra Nova e estação de bombeamento EBI-2 concluídos em abril deste ano, iniciando a etapa de testes; canais com concretagem concluída entre EBI-2 e reservatório Mangueira (18 km), além do próprio reservatório finalizado; trecho entre EBI-3 e Galeria Transnordestina (16,9 km); reservatório Serra do Livramento; aqueduto Salgueiro.
Ainda com base no Sumário Executivo, entre outras obras concluídas, Rios destaca, no Eixo Norte: a estação de bombeamento EBI-1 (pré-operação em andamento); o reservatório Tucutú cheio, e pronta a concretagem dos canais até ele; aquedutos Saco da Serra e Mari; aquedutos Mari até Terra Nova; aquedutos Logradouro, Saco da Serra, Mari e Terra Nova; reservatório Terra Nova e estação de bombeamento EBI-2 concluídos em abril deste ano, iniciando a etapa de testes; canais com concretagem concluída entre EBI-2 e reservatório Mangueira (18 km), além do próprio reservatório finalizado; trecho entre EBI-3 e Galeria Transnordestina (16,9 km); reservatório Serra do Livramento; aqueduto Salgueiro.
No Eixo Leste, teria maior relevância a conclusão dos reservatórios
Moxotó, Mandantes, Salgueiro, Muquém, Cacimba Nova e Barro Branco (este
último, em fase de execução da casa de comando e aterro de transição
entre a via e a ponte sobre vertedouro).
A perspectiva é assegurar o abastecimento de água a 12 milhões de
habitantes, em 390 municípios, nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba
e Rio Grande do Norte. A proposta é gerar emprego e promover inclusão
social, atendendo a grandes centros urbanos como Fortaleza, Juazeiro do
Norte, Crato, Mossoró, Campina Grande, Caruaru, João Pessoa, e
beneficiando também outras cidades do Semiárido e áreas do interior do
Nordeste, em uma política de desconcentração do desenvolvimento
nacional.
Ação ambiental
A evolução dos 38 programas e/ou planos ambientais que compõem o Projeto Básico Ambiental (PBA) da integração do São Francisco registrou avanço de 84,11% de execução física, nos eixos Norte e Leste. Cerca de 14% do orçamento total do projeto, o equivalente a R$ 1,493 bilhão, são destinados aos programas ambientais. Já foram gastos, até agosto, R$ 909,3 milhões.
A evolução dos 38 programas e/ou planos ambientais que compõem o Projeto Básico Ambiental (PBA) da integração do São Francisco registrou avanço de 84,11% de execução física, nos eixos Norte e Leste. Cerca de 14% do orçamento total do projeto, o equivalente a R$ 1,493 bilhão, são destinados aos programas ambientais. Já foram gastos, até agosto, R$ 909,3 milhões.
O PBA foi elaborado a partir das recomendações do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), estudados
por comissão do Clube de Engenharia coordenada pelo conselheiro Jorge
Rios, e tendo como relator o conselheiro Paulo Poggi. “Uma das
características do projeto analisado pela nossa comissão é o respeito
aos cidadãos que tiveram de ser reassentados, às populações
tradicionais, à fauna e à flora da caatinga e aos bens arqueológicos”,
diz Rios.
Ele também chama a atenção para “a manutenção das ações emergenciais
para as pequenas comunidades isoladas e afastadas dos eixos dos canais,
que são aquelas de socorro, de assistência e de serviços essenciais em
municípios em situação de emergência, como a Operação Carro-Pipa, a
construção de cisternas e a perfuração de poços em pontos estratégicos”.
A Operação Carro-Pipa distribui água potável para a população situada
nas regiões afetadas pela seca ou estiagem, especialmente no Semiárido
nordestino e norte de Minas Gerais. A ação é uma parceria do Ministério
da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil,
com o Exército Brasileiro.
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