O drama das enchentes que atingem a Mata Sul poderia ter sido evitado
se a ex-presidente Dilma (PT) não tivesse suspendido os repasses
federais para a construção de mais três barragens de contenção de
cheias. Serro Azul, a única tirada do papel, numa parceria entre União e
Estado, não evitou, por si só, novas inundações porque a amplitude das
chuvas superou o seu raio de abrangência.
A Barragem de Serro Azul, a única que foi construída, absorveu um
terço do impacto das águas. As outras restantes atuariam em conjunto e
absorveriam os outros dois terços. Elas foram planejadas logo depois da
enchente de 2010. Na época, 68 cidades estavam afetadas na Zona da Mata
Sul e no Agreste. Em conjunto, as cinco unidades teriam como objetivo
fazer a contenção nos rios Uma, Pirangi, Sirinhaém, Panelas e seus
afluentes.
Em Palmares, uma das cidades mais importantes da Mata Sul, o nível do
Rio Una atingiu 4,1 metros acima do nível de transbordamento. Mesmo com
Serro Azul em funcionamento, houve um impacto muito grande. Por isso, a
atuação em conjunto de todas as unidades seria importante, o que não
sensibilizou, diga-se de passagem, o Governo passado. Temer agora deve
rever essa omissão da União com Pernambuco.
O projeto previa as Barragens de Serro Azul, Igarapeba, Panelas II,
Gatos e Barra de Guabiraba. Com investimento de R$ 500 milhões, sendo R$
300 milhões do Governo estadual e R$ 200 milhões do orçamento federal,
Serro Azul ficou pronta. Hoje, acumula mais de 40 milhões e metros
cúbicos de água. As outras custariam juntas R$ 538,4 milhões e
protegeriam outros municípios atingidos pela enchente, como Belém de
Maria, Lagoa dos Gatos, Maraial e Jaqueira.
R. Pires
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