Imaginemos que o caro leitor queira se candidatar a
deputado por Minas. É honesto, competente, mas não famoso, como
Tiririca; e não tem um reduto próprio, como o sindicalista Paulinho da
Força.
Terá de fazer campanha em 853 municípios, montar uma frota (cada
carro com quatro funcionários, dois motoristas e dois pregadores de
cartazes, em dois turnos), pagando pneus, combustível, seguro,
consertos, alimentação e hospedagem de toda a equipe. Terá de imprimir
cartazes anunciando a candidatura. Precisará de cabos eleitorais, sempre
pagos.
Pense no custo. O voto distrital reduziria os gastos. Claro que o
desenho dos distritos vai gerar chiadeira. Quem foi eleito pelo atual
sistema não quer outro que possa lhe causar problemas. Mas ou muda o
sistema ou cada candidato dependerá de doadores incapazes de
decepcioná-lo – e bem capazes de cobrar por isso
R. Pires
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