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sexta-feira, 19 de maio de 2017

PREOCUPANTE: Ceará registra casos de bebês em que efeitos da chikungunya se parecem com queimaduras


A Sociedade Cearense de Pediatria (Socep) emitiu documento científico alertando sobre as diferenças entre as manifestações da febre chikungunya em bebês e adultos. A doença conhecida por causar dores nas articulações, que atravessa epidemia no Ceará, apresenta lesões na pele em crianças substancialmente diferentes do observado nos adultos, sobretudo nos menores de seis meses de idade, destaca o documento assinado pelo médico Robério Dias Leite, presidente do Departamento Científico de Infectologia da Socep.
O surgimento de bolhas torna necessário o tratamento em centros especializados, dotados de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), principalmente quando as vítimas são crianças menores de seis meses. A entidade ainda destaca o risco que correm recém-nascidos de mães que tenham chegado ao parto ainda em estágio de transmissão da doença.
Entre os riscos, estão as reduções no número de linfócitos e plaquetas no sangue dos bebês. “As complicações incluem hemorragia cerebral, estado epiléptico e falência múltipla de órgão”, afirma a Socep.
Entre as cinco mortes já confirmadas este ano encontra-se um recém-nascido de 10 dias, divulgou a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), na semana passada.
Para impedir esse quadro, a Socep destaca a importância do combate aos focos do mosquito Aedes aegypti. Recomendação específica para recém-nascidos é o uso de “mosquiteiros”, uma vez que o uso de repelentes em menores de seis meses não é indicado. Para os bebês maiores dessa idade, a Socep recomenda o uso de repelentes.
O alerta vem em meio ao registro de epidemia no Estado. Somente neste ano, foram notificados 8.667 casos, 1.867 já confirmados. Mais da metade dos casos ocorrem em Fortaleza — eram 5.483 só até abril. Em 2016, foram 31.504 casos em 139 dos 181 municípios do Estado.
Somente em 2014 foram registrados os primeiros casos da doença no Ceará — todos em transmissões ocorridas fora do Estado. Apenas em 2015 surgiram as primeiras transmissões autóctone.
Comumente, a chikungunya se manifesta com febre, de 39 ou 40 graus. É acompanhada de mal-estar, dores de cabeça e musculares, manchas avermelhadas e a dor aguda nas articulações — principalmente, em joelhos, tornozelo, mãos, cotovelos e ombros. Este sintoma é a grande diferença para a dengue, também transmitida pelo Aedes aegypti e que causa dores mais moderadas.
Fonte: Tribuna do Ceará

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