Lula teve uma larga vantagem sobre os demais candidatos e poderia ter sido eleito em primeiro turno — se as eleições ocorressem entre presos provisórios que puderam participar do processo eleitoral.
Levantamento de O Antagonista em seções destinadas ao voto de presos mostra que Lula teve 80,59% dos votos válidos nas seções, contra 15,79% de Jair Bolsonaro.
A reportagem compilou os boletins de urna de 222 seções eleitorais destinados ao voto de presos provisórios, que, de acordo com a legislação eleitoral, mantêm seu direito a voto por não terem sentença transitada em julgado. Desses, 221 estavam disponíveis na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os votos foram dados em urnas de 19 estados e no Distrito Federal. Dos 14.653 autorizados a votar, 11.363 apareceram, cerca de 77,5% do total. Apesar de comporem uma fatia residual do eleitorado, mesários e agentes eleitorais podem ter votado nestas seções — o TSE não especifica quantos deles seriam.
No cenário geral, Lula teve 8.883 votos e predominância em 208 das 222 seções. Jair Bolsonaro teve 1.741 votos e levou a melhor em apenas 13 seções. Em 1 houve empate entre os dois, com 7 votos para cada um.
Todos os outros candidatos receberam votos, mas em menor quantidade. Simone Tebet teve 152 votos (1,38%), Ciro Gomes recebeu 150 (1,36%) e Soraya Thronicke teve 58 (0,53%). Felipe D’Avila foi a opção de 21 presos, Padre Kelmon conseguiu 10 votos, Vera Lúcia outros 6 votos. Leo Pericles e Eymael receberam 1 voto cada.
Na maior seção destinada a presos provisórios, em Limoeiro (PE), 264 eleitores deram uma vitória acachapante a Lula, com 248 votos, ou 98,4% do total. Nas duas menores seções, em Manaus e Pimenta Bueno (RO), o petista também levou a melhor entre os sete votantes em cada máquina.
O resultado não surpreende, já que em 2018 o PT também angariou um alto número de votos nestas seções. Levantamento do jornal O Globo, na ocasião, mostrou que, no segundo turno, Fernando Haddad venceu nos presídios com 82,4% dos votos.
O Antagonista
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