Páginas

sábado, 24 de novembro de 2012

Um salve para Joaquim Benedito Barbosa Gomes.


Um salve para Joaquim Benedito Barbosa Gomes.

Cesar Amorim.



Espalhadas na internet, as imagens de Joaquim Benedito Barbosa Gomes, ora de Batman, ora de Super-Homem, dão o tom da popularidade do relator da Ação Penal 470, mais conhecida como mensalão. A cada voto pela condenação, o ministro se tornava referência ética no país. De herói no imaginário popular, Barbosa alcança o posto máximo de um dos três poderes da republica, o chefe do poder judiciário brasileiro, o cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Barbosa foi um cidadão comum, pobre, nascido em berço pobre, Joaquim Benedito Barbosa Gomes, filho de um pedreiro e de uma dona de casa, desde pequeno já mostrava sua aptidão para os livros. O mais velho de oito irmãos  sonhou com um futuro melhor para a família. O primeiro passo concreto aconteceu quando  a família Barbosa embarcou em um ônibus rumo a Brasília.

Morando no Gama, cidade do Distrito Federal, Joaquim cursou o ensino médio no Colégio Elefante Branco, enquanto trabalhava para se sustentar. Poucos diriam que o jovem que limpava os banheiros do Tribunal Regional Eleitoral da capital chegaria tão longe.

Com dedicação reconhecida, concluiu o curso de direito na Universidade de Brasília. Logo ingressou no serviço público como oficial de chancelaria. Chegou a morar na Finlândia representando o Brasil pelo Ministério das Relações Exteriores. Depois de passar por alguns cargos da área jurídica no Serviço de Processamento de Dados (Serpro) e no Ministério da Saúde, Barbosa entrou para o Ministério Público Federal.


A concepção de justiça moldada pelas dificuldades sentidas na própria pele ao longo da vida foi ainda mais lapidada pela natureza do cargo de procurador. A verve acusatória se solidificou no órgão que Joaquim só deixou quando foi indicado pelo presidente Lula, em 2003, para ser ministro do STF.

O então presidente Lula queria um ministro negro. Dos vários currículos que chegaram até ele por meio de assessores, o de Barbosa era de longe o melhor.


No fim da década de 1980, o então procurador obteve licença do MPF para ficar quatro anos estudando em Paris, de onde voltou com o título de mestre e doutor em direito público. Também foi professor visitante em universidades de Nova York e Los Angeles. Fala quatro idiomas (alemão, inglês, francês e espanhol).

Esse momento histórico não tem tanta significância pelo fato do novo presidente do STF ser um negro, mas, sobretudo por ter sido um menino pobre, que estudou em escola pública e saiu dela com condições de entrar na universidade pública,Joaquim Benedito Barbosa Gomes, acreditou na educação e venceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário