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terça-feira, 12 de novembro de 2013

DESMILITARIZAÇÃO: Formação de PM’s é questionada, mas governos apontam avanço

 

desmilitarização-matériaSe, em tese, os policiais militares reproduzem na rua o que aprendem nos exercícios técnicos e aulas teóricas das academias, o quesito “formação” ganha importância crucial na discussão sobre os rumos da PM. “Se há um treinamento autoritário e humilhante, se se tiram direitos e liberdades do policial, o que se espera que ele faça quando estiver no trabalho?”, questionou Givanildo da Silva, de São Paulo, articulador do movimento pró-desmilitarização.
Os relatos do major da PM do Ceará Plauto Lima também ilustra o que supostamente se passa em algumas corporações. “Até o linguajar é de guerra. Isso fica no subconsciente do policial”, afirmou ele. Conforme destacou Plauto, some-se a isso a pressão de parte da população e de setores da mídia por uma atuação repressora e violenta da polícia. “Muitos querem ver sangue, brutalidade. Como é que se costuma mostrar a eficácia da PM? Com o número de prisões, de apreensões. Sinal de produtividade é a população se sentir mais segura. É preciso mudar o foco”, defendeu.
No Ceará e em todo o País, são recentes as medidas de aperfeiçoamento dos conteúdos das formações de policiais. Em 2013, o Ministério da Justiça publicou revisão da matriz curricular, com o acréscimo de disciplinas de mobilização comunitária, entre outras. Foram incluídos conteúdos sobre ética, diversidade sexual e transparência. Em 2011, o governo Cid Gomes (Pros) criou a Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp). Segundo o diretor-geral do órgão, coronel Roosevelt Alencar, o modelo de formação unificada entre todos os segmentos da polícia é inédito e tem sido copiado por outros estados.
Questionado por que tais investimentos ainda não causaram impacto no modo de atuação e no grau de confiabilidade da PM, o coronel analisou que os resultados devem ocorrer no médio prazo. Ainda segundo ele, “a Polícia é um termômetro que mede o grau de civilização da sociedade. Não se pode culpar apenas a instituição pela violência”.

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